Presos mais 2 PMs do esquema de propina no 14º BPM do Rio

29 set 2014 - 22h26
(atualizado às 22h27)

O capitão da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro Diego Soares Peixoto, lotado no 3º Batalhão (BPM), no Méier, zona norte da cidade, e o sargento PM, Romildo Rodrigues Silva, que trabalhava no Comando de Operações Especiais (COE) foram presos na segunda-feira à tarde por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para o cumprimento dos dois mandados de prisão.

Segundo informação da Seseg, foi um desdobramento da Operação Amigos S.A, que apontou a participação dos dois na associação criminosa armada, formada por outros policiais militares denunciados e presos no dia 15 deste mês, acusados de integrar o esquema de cobrança de propina na área do 14° BPM (Bangu). A Operação Amigos S.A indicou que os policiais recebiam pagamentos de mototaxistas, empresas - principalmente transportadoras de pessoas e cargas -, instituições financeiras e ambulantes do bairro de Bangu e adjacências, na zona oeste.

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De acordo com a Seseg, o envolvimento dos dois foi indicado no depoimento de um policial militar, e “foi fundamental para confirmar as investigações da Subsecretaria de Inteligência". Conforme a secretaria, o policial delator está em liberdade, beneficiado pelo instrumento da delação premiada. Segundo o MP-RJ, os mandados de prisão preventiva dos dois policiais, que atuaram, antes, no 14° BPM, foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Bangu. Também foram cumpridos três mandados de busca e de apreensão.

O MP-RJ apontou, na denúncia, que o sargento Romildo fazia parte da ronda bancária e sua principal função era arrecadar, semanalmente, propinas de instituições bancárias de Bangu, que variavam de R$ 50 a R$ 360. A denúncia indicou ainda que por ser primo do ex-comandante de Operações Especiais, coronel Alexandre Fontenelle, o sargento acompanhou o oficial nas unidades em que ele atuou - nos batalhões de Itaguaí, Irajá e Bangu - e no COE.

Conforme o MP-RJ, o sargento mantinha relação de confiança com o coronel Fontenelle, a ponto de entregar a arma que o oficial usava aos policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), no momento da prisão do ex-comandante do COE, no dia 15, pela Operação Amigos S.A.

O capitão Diego comandava a 1ª Companhia do 14° BPM, responsável pela coordenação das equipes de policiamento ostensivo e ronda bancária. As investigações indicaram que o capitão arrecadava por semana no mínimo R$ 150 de cada equipe e repassava para o Estado-Maior do 14° BPM.

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Na Operação Amigos S.A. foram presos 24 policiais militares do 14° BPM, sendo seis oficiais que integraram o Estado-Maior do batalhão. Também foi preso um mototaxista acusado de participar do esquema de arrecadação de propina.

Segundo o MP-RJ, os 27 denunciados responderão pelo crime de associação criminosa armada. A pena é de dois a seis anos de reclusão. Os policiais militares também poderão ser obrigados a pagar indenização por danos morais causado à imagem da corporação. “Eles ainda serão responsabilizados pelo crime de concussão (extorsão cometida por servidor público), que será apurado pela Auditoria de Justiça Militar do Estado".

Agência Brasil
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