Primeira trans a mudar de nome no Brasil é agredida a marteladas

Angela Lopes, ligada ao PDT, afirma que foi atacada por um desconhecido em São Carlos e crê em motivação política

1 nov 2018 - 17h47
(atualizado às 22h32)

Primeira mulher trans no Brasil a mudar o nome do registro civil sem ter feito cirurgia de resignação sexual, Angela Lopes denunciou à polícia que foi atacada a marteladas por um desconhecido em São Carlos, no interior de São Paulo.

Para ela, que ficou com 15 pontos na cabeça e outros ferimentos pelo corpo, tudo ocorreu por transfobia e teria relação com a política.

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A agressão aconteceu no último domingo, 28, dia de eleição presidencial no Brasil, mas a ocorrência na polícia foi registrada somente nesta quarta-feira, 31. Angela alega que antes ficou escondida na casa de parentes por medo e insegurança.

Segundo o relato, ela chegava em casa quando sentiu uma pancada na cabeça e em seguida se deparou sendo atacada com um martelo por um desconhecido, que ainda desferiu xingamentos homofóbicos. Ela então conseguiu segurar a ferramenta e passou a levar socos.

Fotos divulgadas por ela mostram os ferimentos. "Eu nunca havia sido violentada com esse grau de intensidade. Ver meu corpo esfacelado e violado me deixou profundamente abalada", disse.

Fotos divulgadas pela trans Angela Lopes mostram os ferimentos
Fotos divulgadas pela trans Angela Lopes mostram os ferimentos
Foto: Angela Lopes/Facebook / Estadão Conteúdo

Política

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Ativista LGBT e segunda vice-presidente estadual do PDT Diversidade, ala do Partido Democrático Trabalhista, ela mora em frente a uma zona eleitoral e pela internet atribuiu o ataque também à mudança no governo nacional. "Bem-vindos ao País de Bolsonaro", declarou.

Já a titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Carlos, delegada Denise Gobbe Szakal, disse que tudo ainda está sendo apurado. "Não sei se houve aí uma conotação política em cima dessa situação", falou ao Estado na tarde desta quinta-feira, 1º.

Ela contou que a ocorrência policial foi registrada como lesão corporal e injúria. "Mas ainda estamos apurando e colhendo as provas para poder especificar o delito", explicou.

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