Dois dos primos de Victor Hugo Santos, 20 anos, encontrado morto na raia olímpica da Universidade de São Paulo (USP) na manhã da última terça-feira, acreditam que o jovem tenha sido vítima de um crime. Ele foi visto pela última vez na madrugada de sábado em uma festa de comemoração do Grêmio Politécnico da universidade. Victor Hugo foi enterrado na manhã de hoje no Cemitério Memorial Park Aphacampus, em Jandira, Região Metropolitana de São Paulo.
O primo mais velho do jovem, Vinicius Costa, 30 anos, criticou a USP e disse que em sua juventude já viu muitos crimes acontecerem no local. A Polícia Civil investiga a hipótese de o estudante ter sido assassinado, já que exames apontaram lesões de agressão no rosto de Victor.
“Frequento as festas da USP desde moleque e posso dizer que infelizmente já vi situações iguais à do meu primo. Sabemos de assaltos, estupros, sequestros, e lá é uma terra de ninguém. Polícia não pode entrar. Não quero julgar, falar quem foi e quem não foi. Isso não vai trazer meu primo de volta, mas o que posso dizer é que, infelizmente, vivemos num País em que a justiça não funciona. É muito triste. Até quando vamos ver nossos jovens sair de casa e nem voltar. Dói muito”, disse Vinícius.
Para o vendedor, o crime aconteceu e o corpo de Victor foi jogado na raia olímpica. “Uma certeza que tenho é de que jogaram ele lá. Quem foi e por que é difícil falar. Posso falar que a segurança deles é totalmente despreparada. Já vi muita coisa lá e nada acontece, nada muda. É cruel”, completou.
André Costa Parreira, 27 anos, tinha Victor como um irmão mais novo. Bastante emocionado, o primo do jovem também acredita na hipótese de assassinato e espera que o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) chegue a uma conclusão rapidamente.
“Acho praticamente impossível que o Victor tenha entrado lá e tenha se afogado sozinho, até porque lá tem segurança e só tem uma entrada e uma saída. Alguém deve ter feito isso com ele. Sempre foi uma pessoa calma, nunca arrumou confusão com ninguém. Espero que a investigação chegue a uma conclusão pra deixar a gente mais em paz com a gente mesmo. Porque as pessoas que fizeram isso merecem ser punidas por esse ato. Pessoas não devem matar pessoas, não devem matar ninguém”, disse.
Dezenas de pessoas, entre parentes e amigos, estiveram presentes no velório e enterro de Victor. Muitos disseram que o jovem era tranquilo e jamais se metia em confusão. “É um menino que vi crescer. Pensa numa família especial, educada, carinhosa. Uma família unida, com pessoas do bem. Foi um honra conviver e ser primo dele. É muito triste. Ele não merecia isso porque ninguém merece”, afirmou Vinícius.
André também conviveu muito com Victor e disse que a presença do primo sempre será sentida pelos amigos e familiares. “O Victor, logo quando nasceu, morava comigo porque a casa do meu tio estava em reforma. Minha tia é como se fosse minha mãe e o Victor meu irmão. Ele sempre me pedia conselhos, ajuda com meninas, com profissão. Ele sempre conversou sobre tudo comigo. Isso a gente só faz com irmão. Ele sempre vai morar no meu coração. Isso ninguém tira, não perdemos nunca”, disse o primo.