"Prisão midiática" e com base em um "mitômano", contesta defesa de policiais presos por ligação com o PCC

O delegado Fabio Baena e o investigador Eduardo Monteiro foram presos nesta terça-feira, 17, durante uma operação da Polícia Federal (PF)

17 dez 2024 - 13h54
(atualizado às 13h57)
O delegado Fabio Baena é um dos presos pela operação da PF
O delegado Fabio Baena é um dos presos pela operação da PF
Foto: Reprodução

O delegado Fabio Baena e o investigador Eduardo Monteiro foram presos nesta terça-feira, 17, durante uma operação da Polícia Federal (PF), suspeitos de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Para a defesa dos acusados, no entanto, a prisão foi "midiática" e se deu com base na palavra de um "mitômano", em referência a delação de Vinícius Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos no dia 8 de novembro.

Em nota enviada ao Terra, o escritório Bialski afirma que recebeu a notícia com indignação. "A prisão hoje cumprida não possui necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante", alega a defesa de Baena e Monteiro. Ainda de acordo com os advogados, a ação teria sido um truque de mídia, feito com base em informações equivocadas.

Publicidade

"Inadmissível no Brasil se banalizar o direito à liberdade, decretando-se prisão midiática, sem contemporaneidade, e o mais grave, por fatos que já foram investigados e arquivados pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público", destaca o comunicado.

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto no Aeroporto de Guarulhos (SP)
Foto: Reprodução/TV Record

O que teria dado o 'pontapé' na investigação foi a delação premiada de Vinícius Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro. No entanto, a defesa de Baena e Monteiro se refere ao empresário como um "mitômano", uma espécie de mentiroso patológico. 

"A palavra pueril de um mitômano, sem qualquer elemento novo de prova, não poderia jamais motivar medida tão excepcional, afrontando o status dignitatis e libertatis dos nossos constituídos", diz nota. 

Conforme os advogados do delegado e do investigador, ambos compareceram voluntariamente para serem ouvidos e jamais causaram qualquer embaraço às repetidas investigações, o que, segundo a defesa, torna a prisão ainda mais "grave". 

Publicidade

"A defesa denuncia o gravíssimo fato que não se deu o Direito e oportunidade ao Delegado Baena contactar seus advogados avisando de sua prisão e do cumprimento do mandado de busca, o que somente reforça a ilegalidade denunciada. A defesa está tomando todas as medidas para fazer cessar, imediatamente, a coação espúria constatada" pontua o escritório Bialski. 

A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação nesta terça-feira, 17
Foto: Divulgação/PF

Operação Tacitus

Já segundo a PF, as evidências colhidas são de grande relevância. Deflagrada nesta terça, a Operação Tacitus reuniu provas obtidas em diversas investigações policiais, como movimentações financeiras, delações premiadas e depoimentos.

A ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública. Apenas na manhã desta terça, foram cumpridos 8 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão no estado de São Paulo. 

Fonte: Redação Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se