O vereador Marco Prisco (PSDB-BA), principal líder da greve da Polícia Militar que atingiu a Bahia no mês passado, foi transferido neste domingo para o Hospital de Base de Brasília após passar mal no Complexo Penitenciário da Papuda, onde está preso desde 18 de abril. A informação inicial de que ele teria sofrido um infarto foi descartada pelos médicos, que o mantêm apenas sob observação.
De acordo com o advogado Leonardo Mascarenhas, teria havido uma tentativa frustrada de fuga de internos da Papuda no início da noite de sábado. Ainda segundo o advogado, Prisco foi ameaçado de morte pelos outros detentos que o acusaram de ser "informante" e sentiu fortes dores no peito.
Ele então foi levado à UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) de São Sebastião, mas a médica plantonista informou que a unidade não tinha condições de atendê-lo no caso ele sofresse um infarto. Dessa forma, Prisco foi transferido para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), de onde foi novamente transferido na manhã de hoje.
O Hospital de Base divulgou boletim médico no qual afirma que o estado de saúde de Prisco é estável e que ele será reavaliado na próxima segunda-feira. Já a Secretaria de Segurança Pública não confirma se houve realmente uma tentativa de fuga.
Marco Prisco foi preso no dia 18 de abril, a pedido do Ministério Público Federal da Bahia, que justificou a prisão do líder do movimento grevista dizendo que ele responde a ação penal por crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
De acordo com o órgão, "mesmo denunciado pela prática de crimes contra a segurança nacional, continuou ostensivamente a instigar o uso da violência e da desordem e a liderar movimentos grevistas expressamente proibidos pela Constituição Federal, não só no Estado da Bahia, como em outras unidades da federação, apostando na política do terror".
Prisco também é diretor-geral da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares no Estado da Bahia (Aspra). Por conta de sua influência junto à categoria, os policiais militares chegaram a considerar um aquartelamento, em repúdio à prisão do vereador. Diante disso, no dia 23 de abril, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do vereador.
Na decisão, o ministro lembrou que a prisão foi necessária, uma vez que Prisco articulava mais uma vez a deflagração de outra paralisação, a exemplo da que ocorreu em 2012 e pela qual o vereador já responde a uma ação penal.
Lewandowski lembrou ainda que o entendimento jurídico é claro no sentido de proibir greve de policiais. Prisco ainda deverá ficar preso por mais dois meses.