Receita de calmante feita pelo pai de Bernardo é investigada

13 mai 2014 - 09h40
<p>Pai e madrasta estão presos por suspeita de envolvimento na morte de Bernardo</p>
Pai e madrasta estão presos por suspeita de envolvimento na morte de Bernardo
Foto: Facebook / Reprodução

Uma receita de midazolam - remédio que a madrasta Graciele Ugulini confessou ter dado a Bernardo Uglione Boldrini para dopá-lo - assinada pelo médico e pai do menino, Leandro Boldrini, foi encontrada na semana passada em nome da assistente social Edelvânia Wirganovicz. O medicamento teria sido comprado em Frederico Westphalen (RS), município onde Bernardo foi assassinado. O documento passa por perícia para verificar se a letra e a assinatura são mesmo do pai. As informações foram publicadas no jornal Zero Hora. 

Além disso, outros três fatores colaboram para a convicção da Polícia Civil de Três Passos sobre o envolvimento de Leandro na morte do filho. O primeiro seriam diálogos que mostrariam combinações para que Graciele e Edelvânia livrassem o médico de culpa. As interceptações telefônicas foram autorizadas pela Justiça desde a semana anterior às prisões. Em uma conversa entre familiares do médico, é dito: "aquela de Frederico (Edelvânia) vai ficar quieta, vai manter o que já disse, e a Kelly (Graciele) vai falar que o Leandro está fora, que não tinha nada, nenhuma participação e tal."

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O outro elemento para comprovar a participação do médico seria o depoimento de uma testemunha que disse ter ouvido de Graciele que ela e o marido queriam se livrar do menino. Por fim, a polícia reuniu testemunhos que indicam que Leandro e a mulher teriam feito comentários no trabalho e com conhecidos sobre a viagem a Frederico Westphalen para comprar uma TV. Os investigadores consideram que essa atitude faria parte de uma tentativa de montar um álibi, uma explicação para a viagem em que Bernardo foi levado e morto.

O caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos, depois de – segundo a versão da família - dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo.

O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico. Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz foram presos pela suspeita de envolvimento no crime.

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Segundo a Polícia Civil, o menino foi dopado antes de ser morto, possivelmente com uma injeção letal.

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Fonte: Terra
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