Rio: Freixo nega envolvimento com ativista e repudia violência em protestos

O estagiário do advogado que representa o ativista preso disse que recebeu ligações afirmando que o suspeito de acender rojão era ligado à Freixo

10 fev 2014 - 16h56
(atualizado às 17h06)
<p>O parlamentar negou que tenha qualquer ligação com o responsável pelo artefato </p>
O parlamentar negou que tenha qualquer ligação com o responsável pelo artefato
Foto: Mauro Pimentel / Terra

O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) confirmou nesta segunda-feira que recebeu uma ligação da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, solicitando ajuda porque tinha medo de que o tatuador Fábio Raposo, suspeito de participação na explosão do rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, fosse torturado na prisão. O parlamentar, no entanto, negou que tenha qualquer ligação com o responsável pelo artefato e mesmo com a manifestante.

Ontem, o estagiário do advogado Jonas Tadeu, que representa Raposo, afirmou que recebeu ligações de Sininho afirmando que o suspeito que acendeu o rojão era ligado à Freixo. A polícia colheu o depoimento do estagiário e fez um termo de declaração. Para o deputado, a denúncia feita pelo advogado é frágil e beira o absurdo. 

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“Não tenho a menor ideia de quem foi o responsável por aquela ação que vitimou o Santiago, que é uma pessoa conhecida e querida de nós. Espero que o responsável seja identificado e responsabilizado. Sou radicalmente contra toda e qualquer violência e isso precisa ser investigado. Conheci a Sininho através da imprensa e esse número para o qual ela ligou é um número da Comissão de Direitos Humanos muito conhecido e antigo. Em que diz respeito a este termo, não tem o menor sentido durante um depoimento um telefonema de um advogado que diz que ouviu um depoimento, uma conversa que só ele ouviu, que a própria ativista nega. Isso precisa ser apurado", afirmou Freixo.

O deputado lamentou ainda a morte de Santiago e repudiou toda e qualquer forma de violência nos protestos. "Nao tem que ter bomba de lado nenhum. Participo das manifestações, sou militante há muitos anos. Ações violentas não representam meus métodos nem meu princípio."

Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral

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Santiago foi

atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento do preço do ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro

. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da tarde do dia 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital, onde ficou internado no Centro de Terapia Intensiva desde a noite do dia 6.

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

De acordo com o delegado, Fábio está colaborando com as investigações, mas ainda não é possível afirmar se ele entrará no programa de delação premiada. A defesa do rapaz e a polícia estão em negociação, para que o tatuador possa colaborar ainda mais com a investigação.

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Fábio afirmou à polícia não saber o nome do segundo suspeito de participar da explosão que resultou na morte do cinegrafista. Segundo o advogado do jovem, Jonas Tadeu, seu cliente realmente não sabe o nome do homem apontado como o principal suspeito de ter acionado o explosivo que atingiu Santiago. Eles seriam apenas conhecidos de manifestações anteriores, já que Fábio era assíduo frequentador de protestos populares no Rio.

Fonte: Terra
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