Dois dos principais suspeitos de articular ataques a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro, o traficante Bruno Eduardo da Silva Procópio, conhecido como Piná, e Eduardo Fernandes de Oliveira, conhecido como "2D do Complexo", foram presos na manhã desta segunda-feira em operação conjunta da Polícia Federal com a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSINTE) e a Polícia Civil. Eles foram detidos em uma casa na localidade de Tucuns, perto da praia de Geribá, na cidade de Búzios, na Região dos Lagos.
O delegado da Polícia Civil Carlos Eduardo Tomé disse, em entrevista à Globonews, que além de serem acusados de comandarem ações contra UPPs, a a polícia suspeita que eles tenham participado de recentes ataques em Niterói. No sábado, um protesto na comunidade do Caramujo, em Niterói, fechou os dois sentidos da rodovia RJ-104 e acabou com veículos incendiados. A manifestação teria acontecido devido à morte de duas pessoas na comunidade.
De acordo com Tomé, Procópio e Oliveira estavam em uma casa com as suas famílias aproveitando o feriadão. Na ação desta segunda-feira, cerca de 20 policiais cercaram a casa, por terra e também com a ajuda de duas aeronaves. Os traficantes não resistiram à prisão.
Desde junho de 2013, o Disque-Denúncia estava oferecendo uma recompensa de R$ 5 mil por informações que levassem à prisão de Piná, que, assim como 2D, havia fugido do complexo de favelas do Alemão. Com 33 anos de idade, Piná, de acordo com o Disque-Denúncia, seria o segundo homem na hierarquia do tráfico de drogas no Complexo da Penha e contra ele havia mandado de prisão pelo crime de associação para o tráfico de entorpecentes.
Segundo o Disque-Denúncia, Piná teria ordenado o ataque à base da UPP da Vila Cruzeiro, no dia da realização da corrida de rua Desafio da Paz, em 26 de maio do ano passado. No dia da corrida, os disparos feitos por bandidos começaram por volta das 7h30 e adiaram em uma hora o início do evento esportivo. Na ocasião, ninguém ficou ferido, mas o barulho dos tiros assustou os participantes do evento e provocou correria. Segundo a polícia, os tiros partiram dos bairros Treze e Pedreira, na vila Cruzeiro, próximos ao local da largada.
Para quem ajudasse a prender o traficante "2D do Complexo", de 26 anos de idade, havia uma recompensa de R$ 1mil. O traficante também é conhecido como "2D", "D2" ou "Duda" e faz parte de uma facção criminosa que recebeu ordens para atacar sedes e policiais das UPPs do Alemão e da 45ª Delegacia de Polícia. De acordo com o Disque-Denúncia, Eduardo 2D gerenciava parte dos pontos de drogas a mando do traficante Luciano Martiniano da Silva, Pezão. Contra "2D" havia dois mandados de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, dano qualificado e associação para tráfico.