RJ: Cabral diz que PM agiu de forma pacífica em protesto diante de sua casa

5 jul 2013 - 14h53
(atualizado às 14h54)
<p>Policias Militares entraram em confronto com manifestantes na noite desta quinta</p>
Policias Militares entraram em confronto com manifestantes na noite desta quinta
Foto: Mauro Pimentel / Terra

O Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, falou nesta sexta-feira sobre o confronto entre a Polícia Militar e manifestantes que ocupavam a rua de sua casa no bairro do Leblon, na zona sul do Rio, na noite desta quinta. De acordo com o governador, a polícia se comportou de forma pacífica. "Lamento que, entre os manifestantes próximos à minha casa, tivesse gente jogando pedra com interesse de conflito. A PM se comportou de forma pacífica para garantir a manifestação. Agiu somente depois que as agressões se tornaram insustentáveis", disse o governador por meio de seu perfil no Twitter.

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A manifestação pacífica que ocorria em frente à casa do governador, porém, foi dispersada com violência pela Polícia Militar, que jogou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para afastar os manifestantes do local. As luzes da esquina da avenida Delfim Moreira com a rua Aristides Espíndola, foram apagadas e a orla do Leblon, escura, virou praça de guerra.

Cerca de 250 pessoas ainda estavam no local quando a polícia agiu. Na correria, manifestantes foram detidos pelo Batalhão de Choque na areia do Leblon, na altura do posto 10, por volta das 22h40. Três desse grupo foram levados para a 14º DP (Leblon). Outros três foram detidos ainda no calor da dispersão, totalizando seis detidos.

Para o governador, no entanto, a ação da polícia se justificou pelo risco de depredação de carros e prédios no bairro. "Havia risco de depredação de prédios e carros, e risco de pedradas em pessoas, por parte de quem estava na manifestação com esse intuito", falou.

A PM alegou que um manifestante atirou uma pedra, o que iniciou o confronto. A reportagem do Terra, no entanto, estava ao lado dos policiais quando começou a ação e não viu nenhuma pedra sendo lançada ou alguém sendo atingido.

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Após o confronto, a Polícia Militar reforçou nesta sexta-feira a segurança em frente à casa do governador. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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