RJ : chineses em regime escravo são resgatados em pastelaria

Operação investiga estabelecimentos comerciais que usam trabalho escravo de chineses no Rio de Janeiro

17 abr 2015 - 22h01

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro resgatou, nesta sexta-feira (17), dois trabalhadores chineses, que viviam em regime de trabalho análogo à escravidão em uma pastelaria da Rua Camerino, no centro da capital fluminense.

O resgate foi resultado da Operação Yulin, feita por fiscais do Trabalho e do Procon-Rio  em pastelarias do Rio, de Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Belford Roxo, na Baixada Fluminense, com o objetivo de combater o trabalho escravo urbano e o tráfico de pessoas, além de verificar a procedência da carne servida aos consumidores.

Publicidade

Pastelaria chinesa no RJ usou carne de cachorro como recheio

A pastelaria, de acordo com filmagens da equipe de auditores-fiscais, não tem condições de dar vida digna aos trabalhadores que lá habitam. Além disso, o comunicado da superintendência destaca a “visível degradação” do ambiente de trabalho.

De acordo com a auditora-fiscal do Trabalho, Márcia Albernaz, constatou-se um caso típico de tráfico de pessoas, de acordo com o Protocolo de Palermo, ratificado pelo Brasil, pois trata-se de pessoas duplamente vulneráveis – por razões econômicas e geográficas –, “cuja mão de obra é facilmente explorada pelo fato de terem sido alojados, ainda que tenham vindo voluntariamente para o país”.

O comunicado diz ainda que o resgate foi motivado pelas condições degradantes de trabalho e alojamento, além de servidão por dívida, envolvendo famílias que ficaram na China, e jornadas de trabalho superiores a 16 horas por dia.

Publicidade
Agência Brasil
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se