O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Manguinhos, na zona norte, capitão Gabriel Toledo, foi ferido na perna direita durante uma manifestação contra a desocupação de um prédio ao lado da Distribuidora de Suprimentos Disup, para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na avenida Leopoldo Bulhões. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), durante o protesto, um policial foi atingido por uma pedra na cabeça e carros da polícia também foram atacados. A via foi interditada pelos moradores com a queima de pneus e pedaços de madeira.
Depois disso, criminosos se infiltraram no protesto e iniciaram o tiroteio que atingiu o comandante, segundo a polícia. Ele foi levado para o Hospital Federal de Bonsucesso, também na zona norte. Ele será submetido ainda hoje a uma cirurgia vascular. O oficial passou por uma tomografia computadorizada e ficou constatado que a bala atingiu uma artéria. O capitão será transferido para o Hospital da Polícia Militar, no Estácio.
O policial atingido por uma pedra na cabeça também foi levado para o hospital.
A coordenadoria informou que os criminosos atearam fogo em um contêiner de uma base avançada da UPP Manguinhos, na comunidade da Mandela. A comunidade está sem energia elétrica.
O trânsito na avenida Leopoldo Bulhões, na altura da avenida Dom Hélder Câmara continua interrompido. Integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque e do 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM) foram para o local para reforçar o policiamento.
A UPP Manguinhos foi instalada no dia 16 de janeiro de 2013 em uma área com cerca de 35 mil habitantes, de acordo com dados do Instituto Pereira Passos, baseados no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A unidade atende as comunidades de Manguinhos, Vila Turismo, Parque João Goulart, Parque Carlos Chagas (ou Varginha), Parque Oswaldo Cruz ou Amorim, Vila União, Conjunto Nelson Mandela, Higienópolis, Vila São Pedro e Vitória de Manguinhos ou Cobal.
No dia 25 de julho, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o papa Francisco fez uma visita à comunidade e entrou na casa de alguns moradores.
Em nota, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afrimou que o ataque é "mais uma tentativa da marginalidade de enfraquecer a política vitoriosa da pacificação, que retomou territórios historicamente ocupados pela bandidagem para o controle do Poder Público". "O governador Sérgio Cabral mantém o firme compromisso assumido com as populações das comunidades e com a população de todo o Estado do Rio de Janeiro de não sair, em hipótese alguma, desses locais ocupados e manter a política da pacificação", diz o texto.