RJ: inspirado em filmes, matador dava tempo entre as vítimas

De acordo como delegado da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense que investiga os possíveis 43 assassinatos cometidos por Saílson José das Graças, “lapso temporal entre os crimes” ajudou o fato de ele nunca ter sido descoberto

12 dez 2014 - 14h24
<p>Saílson José das Graças</p>
Saílson José das Graças
Foto: Facebook / Saílson José / Reprodução

A fala mansa, sem arrependimento, e os requintes de crueldade “que davam aquela adrenalina” ainda não são suficientes para traçar o perfil completo de Saílson José das Graças, de 26 anos, que pode ter matado um total de 43 pessoas na Baixada Fluminense.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, no entanto, explicou nesta sexta-feira que o matador conseguiu essa soma enorme de vítimas, como ele próprio confirma, basicamente por dois fatores: além de usar tocas e luvas que impediam sua identificação, ele dava um espaço considerável de tempo entre as execuções.

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“Esse lapso temporal ajudou o fato de o criminoso nunca ter sido descoberto”, afirmou o delegado titular da Divisão de Homicídios, Pedro Medina. Segundo ele, outra questão é o fato de os casos “estarem distribuídos entre várias distritais, como Belfor Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu (todos municípios da Baixada Fluminense)”.

Após ser preso na última quarta-feira, em flagrante, por esfaquear e matar uma vítima em Nova Iguaçu, o “Monstro de Corumbá”, nome do bairro onde vive, relatou que desde os 17 anos pratica homicídios – em geral, mulheres brancas mortas na mesma região por estrangulamento.

O delegado da Divisão de Homicídios afirmou também que há10 policiais "debruçados no caso” e pediu para que familiares de possíveis vítimas fatais do assassino procurem a Polícia Civil. Até o momento, já foram descobertas sete vítimas de Saílson – além de uma outra que sobreviveu ao ataque.

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Em entrevista exclusiva obtida pela TV Globo, o criminoso, que segundo o delegado “passou a noite tranquilo e sem arrependimento”, deu detalhes de como escolhia as vítimas, sempre muito frio e calculista. “Ficava observando a vítima, estudando. Esperava um mês, às vezes uma semana, dependendo do local. Eu procurava saber onde ela mora, como era a família dela, dava uma olhada na casa dela. Aí passava um tempo, dava uma brecha e eu atacava”, confessou.

Ele disse ainda que  tomou prazer pelos assassinatos e que, quando cometia algum, conseguia passar até cinco meses "tranquilo". "Depois a vontade voltava e eu ficava muito inquieto até que ia e fazia de novo”, afirmou.

Saílson chegou a ficar preso quatro anos por roubo. Após este período, usou o casal Cleusa Balbina e José Messias, também presos pela polícia, como mandantes de alguns dos assassinatos que diz ter cometido.

Para não deixar pistas, usava luvas e toca para não ser identificado, além de cortar as unhas das vítimas para que não deixasse evidência sobre uma possível luta corporal – todas dicas extraídas de filmes que disse ter visto.

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Em seu perfil no Facebook, Saílson listou uma lista de filmes de terror nos quais se destacam “Jogos Mortais 4”, continuação da saga que narra a trajetória de um sádico serial killer, “Madrugada dos Mortos”, sobre zumbis, “A Bolha Assassina” e “A Morte do Demônio”. 

Fonte: Terra
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