RJ: Justiça decreta prisão do suspeito de acender rojão que matou cinegrafista

11 fev 2014 - 00h05
(atualizado às 01h40)
<p>Cinegrafista da Band foi atingido por um rojão durante manifestação no Rio de Janeiro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu nessa segunda-feira</p>
Cinegrafista da Band foi atingido por um rojão durante manifestação no Rio de Janeiro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu nessa segunda-feira
Foto: Daniel Ramalho / Terra

A Justiça do Rio de Janeiro decretou na noite dessa segunda-feira o pedido de prisão temporária do homem suspeito de ter acendido o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade. Trata-se de Caio Silva de Souza, de acordo com o Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado.

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De acordo com a nota do TJ, "há evidentes necessidades de se resguardar a instrução, a fim de que as demais provas sejam colhidas pela autoridade policial garantindo-se, ao final, a instrução da causa, que é de grande repercussão e que merece integral apuração, dada a lesividade social que os eventos violentos havidos nas recentes manifestações nesta cidade não mais se repitam".

Santiago morreu nessa segunda, três dias depois de ser atingido por um rojão na manifestação contra o aumento da tarifa dos ônibus, no Rio de Janeiro. A Polícia Civil já tinha o nome, endereço, idade e perfil de Caio Silva de Souza, segundo com o delegado titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão), Maurício Luciano.

Com a ordem de prisão temporária expedida pela Justiça, o suspeito pode se entregar em qualquer unidade policial. Caso não se apresente, a polícia poderá cumprir o mandado a partir da manhã desta terça-feira.

Por conta da morte do cinegrafista, o indiciamento tanto de Caio Silva de Souza, quanto o de Fábio Raposo, passará para homicídio doloso qualificado com uso de artefato explosivo, mais crime de explosão. Se ficar comprovado que eles agiam em bando organizado, ambos podem ser acusados ainda de formação de quadrilha, o que pode elevar a pena máximo para até 40 anos de reclusão.

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O rosto do suspeito foi reconhecido por Fábio Raposo, detido no último final de semana por ter supostamente passado para este indivíduo o artefato que vitimou fatalmente o repórter cinematográfico. Ao contrário da primeira versão, Raposo, preso no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado Maurício Luciano, que “eles se encontravam em manifestações e que esse rapaz tem perfil violento.” “Aquele cara que tem função de briga, agressão, de instigar”, afirmou ainda Luciano. “Não foi um atentado à liberdade, o que se procurou foi atingir as forças policiais que vinham daquele lado. O Santiago ficou na linha de tiro”, completou.

Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral

Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento do preço do ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação. 

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Jornalistas debatem o uso de colete à prova de bala no trabalho

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da tarde do dia 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital, onde ficou internado no Centro de Terapia Intensiva desde a noite do dia 6.

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Câmera flagra ação de suspeitos de jogar artefato que atingiu cinegrafista da Band

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

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O tatuador ajudou a polícia a reconhecer um segundo responsável pelo disparo do artefato que causou a morte do cinegrafista. Raposo, preso no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações e que esse rapaz tem perfil violento.”

Fonte: Terra
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