Após uma madrugada tensa, em que oito ônibus foram incendiados e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) atacada em pontos de Costa Barros e do Complexo do Alemão, ambos na zona Norte do Rio de Janeiro, o clima na comunidade nesta terça-feira era de apreensão. O comércio reabriu e os moradores acompanhavam a retirada dos veículos danificados.
A UPA, que além de atacada teve parte do equipamento roubado, permaneceu fechada pela manhã. Funcionários do governo limpavam e consertavam as janelas quebradas do local. "É um absurdo fazerem isso com a UPA, que existe para atender os moradores. Trabalhamos todos com medo", disse uma enfermeira que preferiu não se identificar.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro, a UPA do Alemão será reaberta nesta tarde. A Clínica da Família Zilda Arns e o Centro de Atenção Psicossocial João Ferreira Silva Filho, que fazem parte do complexo de saúde local, estão funcionando normalmente.
Integrantes do 41º Batalhão de Polícia Militar (Irajá) fizeram uma operação na tarde desta segunda-feira na comunidade do Chapadão. Segundo o comando do batalhão, o adolescente estava com uma pistola calibre 9 milímetros e um radiotransmissor, que foram apreendidos.
Os ataques aconteceram depois que tiroteios entre policiais e traficantes resultaram em dois mortos. No domingo, a vítima foi uma idosa de 72 anos, no Alemão; e na segunda-feira, um adolescente de 17 anos, foi morto no Morro do Chapadão.Em nota, governador Luiz Fernando Pezão repudiou os ataques e disse que o governo não irá tolerar tentativas de desestabilizar o processo de pacificação de comunidades. “Não há recuo no processo de pacificação, que vem retomando territórios, dominados, durante muitos anos, por bandidos. Não vamos tolerar baderna, atos de vandalismo, destruição de patrimônio. Aqueles que cometerem esses atos serão submetidos ao rigor da lei”, afirmou.
O policiamento no Alemão e no Morro do Chapadão foi reforçado. Matheus da Silva Soares, de 18 anos, foi detido e outros dois menores, um de 15 anos e outro de 16 anos, foram apreendidos e levados para a 22ª DP (Penha). Segundo a PM, eles estavam com pedras nas mãos e são suspeitos de participarem da depredação da UPA.