O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse nesta terça-feira que ainda não está definido se pedirá à presidente Dilma Rousseff para que as Forças Armadas permaneçam no Complexo da Maré, onde estão desde 5 de abril. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem que determinou a ida dos militares para a região da zona norte do Rio termina no dia 31 de julho.
"Estamos vendo. Ainda vou conversar com a presidenta Dilma. Até o dia 31 de julho eles estarão lá", disse Pezão. Desde a entrada das forças de segurança no complexo, que tem 129 mil habitantes, a previsão do governo é de que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) seja instalada neste semestre.
Junto com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e o comandante militar do Leste, general Francisco Carlos Modesto, Pezão se reuniu hoje com lideranças do complexo para ouvir demandas dos moradores. Beltrame e as autoridades militares presentes saíram mais cedo, sem falar com a imprensa. O prefeito afirmou que a Maré, comparada a outras favelas, é um complexo com mais infraestrutura e até a chamou de "bairro popular".
"Maré não é uma favela, é um bairro popular. Boa parte dela está totalmente urbanizada e com grande quantidade de serviços públicos se comparada a outras comunidades", disse Eduardo Paes.
Entre as demandas apresentadas pelos moradores estão mais serviços públicos, como creches, clínicas da família, e centros de formação profissional, além de melhora no serviço de coleta de lixo.
Proibição de Cristo
Na saída da reunião, Paes também comentou a proibição da imagem do Cristo Redentor no filme Rio, Eu te amo, do diretor brasileiro José Padilha, que foi noticiada hoje pelo jornal O Globo. O prefeito afirmou que vai se inteirar melhor na questão e possivelmente interceder para que a Arquidiocese do Rio não impeça a exibição de um dos dez segmentos do filme, que faz parte da franquia Cities of love, em que várias histórias compõem uma declaração de amor a cidades como Nova York e Paris.
Na parte considerada inadequada pela Igreja, segundo a reportagem, um personagem de Wagner Moura conversa com o Cristo enquanto voa de asa-delta.
"Vou ligar para o Padilha hoje, e eventualmente interferir junto a Dom Orani (arcebispo do Rio). Tudo tem limites. O Cristo, a estátua, é um patrimônio da Arquidiocese, mas é um símbolo do Brasil, do Rio de Janeiro. Eu não vou cobrar para a Igreja começar a usar o Pão de Açúcar, que é território da prefeitura do Rio de janeiro", disse o prefeito, que completou: "Não é possível que a gente tenha esses vetos e censuras. Mas preciso me informar melhor".
A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com a Arquidiocese do Rio.