Três homens foram presos na região norte fluminense acusados de manter quatro trabalhadores em condições análogas à de escravo, por mais de dez anos. Depois de pelo menos dez horas de trabalho, eles eram trancafiados em um quarto. Paulo César Azevedo Girão, Marcelo Conceição Azevedo Girão e Roberto Melo de Araújo foram presos em flagrante e levados para a Casa de Custódia em Campos dos Goytacazes.
A Polícia Civil informou que a fazenda onde as vítimas ficaram em cativeiro fica em Angelim, São Fidélis (RJ). Policiais de Campos dos Goytacazes e de São Fidélis chegaram até o local após denúncia de uma das vítimas que conseguiu fugir e procurou a delegacia.
"A vítima que fugiu foi chamada para trabalhar para Paulo Girão em troca de uma quantia em dinheiro, mas, segundo a vítima contou, não recebeu nenhum centavo até hoje. Paulo Girão teria contratado Roberto de Araújo para vigiar os trabalhadores rurais e os levava para trabalhar. No quarto em que as vítimas ficavam só tinha uma televisão, uma cama e um vaso sanitário e ficava dentro de um terreno na casa de Roberto", disse a delegada Nathália Brito.
Segundo a polícia, os trabalhadores eram levados a um lugar não identificado às 4 h da manhã e retornavam para o cativeiro às 17 h. Elas não tinham carteira assinada e não recebiam nada pelo trabalho; viviam em situação sub-humana, recebendo uma ou duas refeições por dia. Segundo a delegada, o fugitivo disse que iria ao banheiro e escapou pela mata. Ele procurou a polícia para libertar as outras pessoas que estavam presas. Em depoimento, mostrou as marcas de agressão física e contou que não tinha nenhum meio de comunicação com a família", disse.