Quatro familiares do coronel reformado do Exército Paulo Malhães, morto na quinta-feira passada em sua casa, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, deverão prestar depoimento na tarde desta segunda-feira à Polícia Civil. As investigações são conduzidas pela Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
Um dos filhos do coronel prestou depoimento neste domingo. A polícia ainda está à procura de imagens de câmeras de segurança da região para análise. A expectativa é de que o material possa auxiliar na identificação dos possíveis criminosos. Segundo a Divisão de Homicídios, no sábado houve uma perícia complementar na casa onde o coronel e a esposa moravam.
A polícia ainda aguarda resultado do laudo pericial. Segundo a Guia de Sepultamento do militar, ele morreu de causas naturais, vítima de edema pulmonar, isquemia de miocárdio (que pode levar ao infarto) e miocardiopatia hipertrófica. O documento foi obtido pelo Terra no cemitério municipal de Nova Iguaçu com uma fonte que não quis se identificar.
Comissão Nacional da Verdade
No dia 25 de março, Malhães prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade, quando confirmou ter participado de torturas durante o Regime Militar. Ele também falou sobre o desaparecimento dos restos mortais do deputado federal Rubens Paiva. O coronel trouxe outros detalhes sobre os procedimentos dos agentes do Centro de Informação do Exército (CIE), que mutilavam corpos de vítimas da repressão na Casa da Morte (Petrópolis) arrancando arcadas dentárias e pontas dos dedos para impedir sua identificação.
