O Rio de Janeiro pretende adotar o sistema de videoconferências para colher depoimentos de presidiários, anunciou nesta terça-feira o governador Sérgio Cabral. Ele se reuniu com a presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), desembargadora Leila Mariano, e representantes da área de segurança pública de seu governo na manhã de hoje, no Palácio Guanabara. No encontro, ficou definida a criação de um grupo de estudo para estipular como essa medida será implementada.
A ideia é evitar que presos de maior periculosidade tenham que sair de presídios, circulando pelas ruas, sob o risco da ocorrência de atos violentos para resgatá-los - a exemplo do que houve na última quinta-feira, no Fórum de Bangu, na zona oeste do Rio. Uma tentativa de resgate de traficantes resultou em um forte tiroteio, no qual uma criança de 8 anos e um policial militar foram mortos.
"O objetivo é avançar com a videoconferência. Diminuir essa frequência de 400 presos diariamente sendo transportados pela cidade", afirmou Cabral.
Ele explicou que a lei prevê que um preso seja ouvido por videoconferência na condição de réu, mas não quando é convocado como testemunha. Por isso, disse o governador, é preciso fazer ajustes nas regras.
A desembargadora Leila Mariano, que ontem havia criticado as autoridades de segurança do Estado, revelou estar satisfeita com as definições do encontro e pontuou que o grupo de trabalho contará com autoridades do Judiciário, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e do governo estadual.
"Evoluímos sobre o uso da videoconferência. Agora, vamos compor um grupo misto para trabalhar na execução dessas ideias e proporcionar a redução da movimentação de preso", disse ela.
