RJ: vítima confirma acusações de estupro contra pastor Marcos

2 jul 2013 - 00h24
(atualizado às 00h31)
<p>O pastor Marcos Pereira é dono da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, que tem a sede localizada em São João de Meriti, na Baixada Fluminense</p>
O pastor Marcos Pereira é dono da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, que tem a sede localizada em São João de Meriti, na Baixada Fluminense
Foto: Divulgação

Uma vítima e ex-fiel confirmou nessa segunda-feira as acusações de estupro contra o pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, em audiência realizada na 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, no Rio de Janeiro.

Em seu depoimento de duas horas e meia, a vítima confirmou os fatos narrados na denúncia e afirmou que, na época, via o pastor como um “enviado de Deus” e sentia muito medo de deixar a igreja e ir para o inferno. Ela disse também ter medo de ser morta a mando dele.

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Foram ouvidas outras três testemunhas de acusação, que afirmaram ter sofrido abuso por parte do pastor quando ainda eram membros da igreja - duas eram menores de idade na época dos crimes e algumas relataram ter sido obrigadas a participar de orgias.

A defesa ouviu duas testemunhas: a secretária da igreja e uma frequentadora. A secretária afirmou que a vítima do processo parecia viver bem e feliz quando morava na igreja e ambas declararam desconhecer qualquer fato que desabonasse a conduta do pastor.

No interrogatório, Marcos Pereira voltou a responsabilizar os membros do Afro-Reggae de convencerem as testemunhas a depor contra ele, negando todas as acusações de abuso sexual.

Preso

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Pereira foi preso em maio deste ano, quando foi denunciado pelo Ministério Público por dois estupros. Ele também é investigado por homicídio, associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

No início de junho, o pastor teve um pedido de habeas-corpus negado pela Justiça fluminense. "Pelos relatos das testemunhas, principalmente das mulheres, verifica-se que estamos diante de um verdadeiro depravado, degenerado, pervertido sexual, capaz de fazer as coisas mais baixas e sempre se aproveitando da sua condição de líder maior da Igreja", dizem os promotores Rogério Lima Sá Ferreira e Adriana Lucas Medeiros na denúncia apresentada à Justiça.

A ação explica que o inquérito é um desdobramento de uma outra investigação que apura a prática de incitação ao crime e associação para o tráfico de drogas do pastor. "Acontece, porém, que no decorrer da investigação dos crimes acima, foram surgindo notícias gravíssimas de outros crimes, como homicídio, lavagem de dinheiro, estupros, roubo por parte do denunciado", explicam os promotores.

Na denúncia, são relatados os abusos que Marcos Pereira cometeu contra as duas mulheres, que moravam em um alojamento da igreja. Segundo o texto, ele negava material de higiene a uma das vítimas caso ela se recusasse a manter relações sexuais.

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"Todas as mulheres vítimas do denunciado viveram na sua igreja por alguns anos. Elas viviam em função da Igreja presidida pelo denunciado. Moravam nos alojamentos existentes na Igreja. Eram dependentes materialmente e emocionalmente do denunciado. E para aquelas que se recusavam a ceder aos seus instintos bestiais, o denunciado as ameaçava de despejo, de morte fora da Igreja", diz a denúncia.

"O relato das outras mulheres é estarrecedor. Revela de forma clara que o denunciado é maquiavélico, de uma pobreza de espírito sem tamanho, só para conseguir dar vazão aos seus instintos sexuais. Se identificando com um 'Homem de Deus', praticou uma série de crimes sexuais contra aquelas que procuraram a sua Igreja em busca de ajuda espiritual. Conduta vil, torpe", dizem os promotores.

Além de Pereira, o MP denunciou quatro homens ligados à igreja acusados de fazer ameaças a uma das vítimas de estupro. De acordo com o MP, o pastor teria ordenado a Daniel Candeias da Silva, Ubirajara Moraes Pereira, Cezar Luiz Moraes Pereira e Lúcio Oliveira Câmara Filho que ameaçassem a mulher.

As ameaças teriam começado em março de 2012, depois que a mulher denunciou o pastor pelo crime de estupro. Ela disse ter sido perseguida e vigiada em seu trabalho por homens que faziam gestos ameaçadores.

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Fonte: Terra
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