A proprietária de uma creche localizada na cidade de Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre é suspeita de ter agredido crianças que estudam no local. Desconfiada de que o filho apanhava, uma das mães instalou uma câmera escondida no carrinho do filho e registrou o momento em que a mulher bate em uma criança a manda “calar a boca”.
O caso foi parar no Conselho Tutelar da cidade e foi registrado um boletim de ocorrência no 1º DP de Cachoeirinha. O delegado Paulo Prado abriu inquérito e disse que depois da divulgação do vídeo, outros pais resolveram procurar a polícia para prestar depoimento.
“Houve uma filmagem que registrou os maus tratos contra as crianças, mas ainda não temos comprovações das lesões. Mas à medida que a notícia se espalhou os pais estão indo na delegacia para registra ocorrência, e estamos encaminhando as crianças para fazerem os exames que podem comprovar isso”, disse.
Por conta da falta de provas técnicas, o delegado informou que ainda não pediu a prisão da proprietária da creche. “Na semana que vem ela deve comparecer acompanhada dos advogados”, afirmou.
Sentimento de impotência
A mãe de uma das crianças que aparece sendo agredida nos vídeos, Liliane Pappen conta que os pais ficaram sabendo da forma como os filhos eram tratados pela dona da creche através de uma denúncia anônima. Uma das mães tomou a inciativa de esconder uma câmera no carrinho da criança. No terceiro dia de gravação foram registradas as imagens de agressão.
“Ela veio aqui em casa me pedindo ajuda pra identificar as crianças que estavam sendo agredidas, e vi que uma delas era o meu filho, de um ano e meio de idade”, conta Liliane. “É uma sensação de impotência. Meu filho quando alguém chega perto dele, fica retraído, a gente sente raiva”, conta.
A creche fica localizada em um bairro de classe média de Cachoeirinha. O local era bem cuidado e aparentava boas condições. “Era tudo limpo e organizado, tu não imagina que isso vai acontecer em um local desses”, diz Liliane, que afirma estar um pouco mais aliviada agora que o caso foi encaminhado para as autoridades, apesar da dona da creche não ter sido presa.
A reportagem tentou entrar em contato com a proprietária da creche, na sexta-feira (27), mas ninguém atendeu.