Saco de dinheiro do jogo do bicho levou a investigação de esquema envolvendo Gusttavo Lima

Montante foi encontrado em uma banca de jogo no Recife, de propriedade de homem apontado pela polícia como bicheiro da cidade

23 set 2024 - 18h41
(atualizado às 18h43)
Saco de dinheiro do jogo do bicho desencadeou investigação de esquema envolvendo Deolane
Saco de dinheiro do jogo do bicho desencadeou investigação de esquema envolvendo Deolane
Foto: Reprodução/Fantástico

A apreensão de um saco de dinheiro com R$ 180 mil proveniente do jogo do bicho, realizada em 2022, desencadeou a investigação que, depois de prender a influenciadora Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, agora mira o cantor Gusttavo Lima. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão do sertanejo nesta segunda-feira, 23.

A revelação sobre a origem da Operação Integration foi feita pelo programa Fantástico, da TV Globo, em uma reportagem no início deste mês. O saco de dinheiro foi encontrado em uma banca de jogo no Recife, de propriedade de Darwin Henrique da Silva, apontado pela polícia como um conhecido bicheiro da cidade.

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Além do dinheiro, as autoridades apreenderam um caderno com anotações. Foi essa prova que ajudou a ligar o esquema a outras figuras, como Darwin Henrique da Silva Filho, dono da plataforma de apostas Esportes da Sorte.

Apostas e lavagem de dinheiro

A Esportes da Sorte, plataforma legalizada com sede em Curaçao, no Caribe, foi utilizada para lavar dinheiro oriundo de atividades ilegais, segundo a polícia. Quem apostava na plataforma realizava depósitos via PIX para outra empresa, a Pay Brokers – Facilitadora de Pagamentos, com sede em Curitiba. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 2 milhões de Darwin pai e R$ 40 milhões de Darwin Filho, além do sequestro de imóveis.

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A operação, que investiga 53 pessoas físicas e jurídicas, identificou um esquema complexo de lavagem de dinheiro, no qual o dinheiro ilegal era transferido entre diversas contas, dificultando seu rastreamento. Além disso, o grupo comprava imóveis, veículos de luxo e até aeronaves para reinserir o dinheiro no mercado de forma aparentemente legal, conforme apontam as investigações. 

O envolvimento de Gusttavo Lima

O mandado de prisão preventiva contra Gusttavo Lima foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, que acatou o pedido da Polícia Civil de Pernambuco. Na sexta-feira, 20, o Ministério Público do Estado, teria pedido a substituição de prisões preventivas por outras medidas cautelares, mas a juíza rejeitou esses argumentos. 

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"É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado", escreveu a juíza, no documento.

Em meio às investigações, a Polícia Civil afirma que, por meio da Esportes da Sorte, uma das empresas investigadas na Operação Integration, o esquema usaria a Balada Eventos -- empresa em que Gusttavo Lima é sócio -- e outras duas empresas para lavagem de dinheiro. 

A Justiça de Pernambuco já havia determinado o bloqueio de R$ 20 milhões em bens dessa empresa do cantor. Em resposta à movimentação, Gusttavo Lima, na última semana, afirmou nas redes sociais que "a Balada Eventos foi inserida no âmbito da operação simplesmente por ter transacionado comercialmente com essas empresas investigadas" e disse ter ocorrido excesso por parte da autoridade.

Em nota ao jornal Folha de S.Paulo, a defesa da empresa afirmou: "A Balada Eventos e Gusttavo Lima não fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de jogos ilegais e lavagem de dinheiro". 

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O cantor Gusttavo Lima, que teve prisão decretada nesta segunda, 23.
Foto: Augusto Albuquerque/Divulgação / Estadão

Avião de Gusttavo Lima

Um avião, parte da frota da empresa Balada Eventos e Produções LTDA, de propriedade do cantor Gusttavo Lima, também está sendo investigado como parte do esquema. A aeronave, de acordo com as investigações, foi adquirida por empresas ligadas a José André da Rocha Neto, empresário paraibano envolvido nas atividades ilegais de apostas. A Balada Eventos está sob investigação, e a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) confirmou que há um processo de transferência de propriedade da aeronave em curso.

Rocha Neto teve sua prisão decretada, mas ainda é considerado foragido, uma vez que estava fora do país no momento da operação, supostamente viajando com Gusttavo Lima na Grécia.

As investigações seguem em andamento, e novas fases da operação podem ser deflagradas em breve, à medida que as autoridades avançam na identificação de outros envolvidos.

Fonte: Redação Terra
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