Saiba quem é casal dono de bet que Gusttavo Lima teria acobertado, segundo a Justiça

José André Rocha Neto, dono da Vai de Bet, e Aislla Sabrina Rocha, sua esposa e sócia, tiveram a prisão decretada, mas decisão foi revogada

24 set 2024 - 11h28
(atualizado às 13h02)
Justiça decreta prisão de Gusttavo Lima em investigação sobre bets
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A Justiça acredita que Gusttavo Lima teria acobertado o casal, dono da Vai de Bet, um dos sites de apostas investigados pela Operação Integration. O cantor, segundo aponta a investigação, teria dado “guarida a foragidos”, o que “demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça”. O casal em questão é José André Rocha Neto, dono da empresa, e Aislla Sabrina Rocha, sua esposa e sócia.

O sertanejo se tornou um dos sócios da casa de apostas em 1º de julho deste ano, ao adquirir uma participação de 25%. Na decisão pela prisão dos suspeitos, a juíza Andrea Calado da Cruz destaca que os suspeitos que a associação dele com a empresa “acentua ainda mais a natureza questionável de suas interações financeiras” e levanta “sérias dúvidas sobre a integridade das transações e a legitimidade dos vínculos estabelecidos”. 

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José André Rocha Neto e Aislla Sabrina Rocha ao lado de Gusttavo Lima e Andressa Suita
José André Rocha Neto e Aislla Sabrina Rocha ao lado de Gusttavo Lima e Andressa Suita
Foto: Reprodução/Instagram

A magistrada ainda salienta que a conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro “sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”, e por isso, deve ser olhado com cautela. 

Segundo o jornal O Globo, Rocha Neto é um empresário da Paraíba e tem pelo menos mais uma empresa associada à Gusttavo Lima, a JMJ. A companhia teria comprado o avião que pertencia à Balada Eventos e Produções, que é do cantor. Por sua vez, a Balada é suspeita de ocultar valores provenientes dos jogos ilegais e teve R$ 20 milhões bloqueados pela Justiça, além de imóveis e embarcações.  

Viagem antes da operação

Dias antes da Operação Integration, que prendeu a advogada e influenciadora Deolane Bezerra, Gusttavo Lima, Rocha Neto e Aislla estavam em Atenas, na Grécia, celebrando o aniversário do sertanejo. Pelas fotos nas redes sociais de Aislla, ela chegou no dia 2 de setembro no país europeu. Ela fez uma publicação ao lado do cantor e de sua esposa, Andressa Suita, no dia 3. A prisão ocorreu de Deolane e demais suspeitos ocorreu no dia 4. 

De acordo com a decisão da Justiça, o avião em que estavam retornou no dia 7 de setembro para o Brasil, após fazer escalas em Kavala, Atenas e Ilhas Canárias, pousando na manhã do dia 8 no Aeroporto Internacional de Santa Genoveva, em Goiânia. 

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“Curiosamente, José André e Aislla não estavam a bordo, o que indica de maneira contundente que optaram por permanecer na Europa para evitar a Justiça. Na ida, a aeronave transportou NIVALDO BATISTA LIMA [Gusttavo Lima] e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha”, aponta a juíza. 

Justiça decretou a prisão do cantor Gusttavo Lima
Foto: Reprodução/Instagram/Gusttavo Lima

Ainda conforme a magistrada, esses indícios reforçam a necessidade de uma “investigação minuciosa”, evidenciando que a conivência do cantor com foragidos “não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”. 

Nomes inclusos no sistema da Interpol e decisão de soltura

O dono da Vai de Bet teve o mandado de prisão expedido, e como não se entregou à Justiça, foi determinado que seu nome e de sua esposa sejam incluídos na lista de Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), para “captura dos que estão foragidos”. 

Além deles, foi solicitada a inclusão de Rayssa Ferreira Santana Rocha, Thiago Lima Rocha e Edson Antônio Lenzi Filho. O sertanejo, até o momento, só teve o nome incluído na lista de procurados nos aeroportos brasileiros. Portanto, a polícia internacional só foi notificada a respeito da ordem de prisão, que na prática, não permite uma ação efetiva das autoridades de fora do País.

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Ainda na noite de segunda, 23, a Justiça determinou a soltura de 17 suspeitos do caso, entre eles, Deolane e sua mãe. A decisão se estendeu também à Rocha Neto, dono da Vai de Bet, sua esposa, Aislla Sabrina Rocha, Rayssa Ferreira, Thiago Lima Rocha e Edson Antônio Lenzi. 

O desembargador Eduardo Guilliod Maranhão determinou também que os beneficiados não podem mudar de endereço sem autorização judicial prévia, não podem se ausentar da comarca em que residem sem autorização prévia, não podem praticar outra infração penal dolosa e devem comparecer em até 24 horas, pessoalmente, no juízo da 12ª Vara Criminal da Capital para assinar termo de compromisso e informar endereço atualizado.

Os investigados também não podem frequentar empresas ligadas à Operação Integration ou participar de qualquer atividade econômica relacionada a elas. Eles também não podem fazer publicidade para qualquer plataforma de jogos. O bloqueio de bens e valores foi mantido com a decisão de Guilliod.

Ainda na tarde de segunda, 23, a defesa de Gusttavo Lima chamou a decisão que decreta a prisão do cantor de “injusta e sem fundamentos legais” e afirmou que não medirá esforços para provar a inocência do sertanejo.  

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“O cantor Gusttavo Lima jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana”, declarou em nota

"Decisão injusta e sem fundamentos legais", diz defesa de Gusttavo Lima sobre ordem de prisão
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Investigação

Segundo o mandado de prisão, "a Balada Eventos e Produções LTDA [empresa do cantor] é responsável pela conduta de ocultar valores provenientes dos jogos ilegais da HSF" e de "ocultar/Dissimular a disposição e propriedade da Aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XLS, matrícula PR-TEN, ao negociá-la com a empresa J. M. J. Participações LTDA, de propriedade do investigado José André da Rocha".

O texto detalha ainda uma série de transferências bancárias realizadas que somadas totalizam R$ 22,2 milhões.

Foto: Reprodução/Instagram/@gusttavolima

Gusttavo Lima também é suspeito de "ocultar valores provenientes dos jogos ilegais ao guardar em cofre da empresa R$ 112.309,00 (cento e doze mil e trezentos e nove reais), € 5.720,00 (cinco mil, setecentos e vinte euros), £ 5.925 (cinco mil, novecentos e vinte e cinco libras) e U$ 1.005,00 (mil e cinco dólares)", diz outro trecho. Os valores teriam sido repassados pela Sports Entretenimento Promoção de Eventos e a Pix 365 Soluções Tecnológicas.

"Há, portanto, indícios suficientes da participação dele no crime de lavagem de dinheiro que foi invesgado no inquérito policial", destaca o documento.

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Além da prisão, o TJPE decretou também a suspensão do passaporte do sertanejo e do certificado de registro de arma de fogo e eventual porte mantido por ele.

Fonte: Redação Terra
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