O laudo realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Santa Catarina apontou que o surfista Ricardo dos Santos foi atingido pelas costas e na lateral esquerda do corpo. De acordo com o exame, foram dois tiros disparados pelo soldado da Polícia Militar Luis Paulo Motta Brentano, na praia da Guarda do Embaú. Um deles atravessou o surfista e causou lesões no baço, pâncreas, intestino, fígado e a veia cava, considerada uma das mais importantes. A outra bala atingiu as costas e permaneceu alojada na quinta vértebra.
Ricardinho, como era conhecido, foi atingido na última segunda e sofreu forte hemorragia. Ele morreu no dia seguinte durante uma cirurgia - a quarta a qual foi submetido. O laudo, elaborado por dois médicos, ainda apontou que o atirador estava a mais de 60 centímetros da vítima. Os peritos ainda avaliam a distância exata e a sequência que atingiu o surfista catarinense.
O PM que disparou contra o surfista segue detido em Joinville, cidade localizada na região norte do estado. Luís Paulo Mota responde por dois processos na Justiça Militar catarinense devido a lesões corporais e ameaça. As ocorrências foram registradas em 2012 e 2010 e ainda não foram julgadas.
As denúncias foram apresentadas pelo Ministério Público e assinadas pelo promotor Sidney Dalabrida. Em uma delas, o soldado foi acusado de se envolver em uma briga e agredir uma vítima com uma coronhada. Na outra, o MP acusa Luís Paulo de atingir um adolescente com um cassetete. Os casos ocorreram, respectivamente, em 28 de janeiro de 2012 e no dia 21 de fevereiro de 2010.
Além dos processos em tramitação, o policial militar já enfrentou outras demandas judiciais e acabou absolvido. Ele foi acusado de abuso de autoridade na Arena Joinville e de lesão corporal e ameaça durante uma ação policial, mas escapou de condenações.