Secretário nacional de Segurança Pública vê com 'entusiasmo' recuo de Tarcísio e diz que Estado não pode se equiparar ao criminoso

Mario Sarrubbo comentou a mudança de postura do governador de São Paulo sobre uso de câmeras por agentes da Polícia Militar

6 dez 2024 - 09h29
Mário Sarrubbo
Mário Sarrubbo
Foto: Divulgação/Governo do SP / Estadão

O secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Mario Sarrubbo, disse que viu com entusiasmo a mudança de postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação ao uso de câmeras corporais por agentes da Polícia Militar

Em meio a casos recentes de violência policial, Tarcísio admitiu na quinta-feira, 5, estar "completamente errado" com relação às críticas que fez ao uso do equipamento e se comprometeu a ampliar e fortalecer o programa.

Publicidade

"Eu vejo com entusiasmo, é muito bom que o governador tenha entendido a importância das câmeras em termos de valorização do policial, de preservação da vida do cidadão, do próprio policial [...] E eu quero crer que o programa de câmeras será de fundamental importância para que a gente veja a diminuição da letalidade policial, que está muito alta em São Paulo, em especial no estado de São Paulo", afirmou Sarrubbo em entrevista à CBN nesta sexta-feira, 6.

Para o secretário, também é importante que a "ideologia na segurança pública fique de lado". "Segurança pública está fora do campo ideológico, ela tem que ficar fora, nós temos que valorizar o policial, nós temos que profissionalizar nossas forças policiais porque a eficiência na segurança pública passa muito distante da violência. Uma segurança pública eficiente é uma segurança pública em que a violência é o último estágio."

Sarrubbo ainda pontuou que o Estado não pode se igualar ao criminoso. "No fundo do fundo, o que a gente precisa é que o Estado não se equipare ao criminoso nesse combate, o Estado tem que estar bem acima do criminoso, o Estado tem que agir através da lei, de acordo com a lei. Quando o Estado incentiva a violência, o Estado está se equiparando ao criminoso, e nós não podemos fazer isso", disse.

Imagens de violência policial dão força às denúncias feitas há anos, diz diretora de instituto
Video Player

Mudança de postura de Tarcísio

Em entrevista à CBN na quinta, o governador admitiu estar errado sobre às críticas que fez ao uso das câmeras corporais por policiais militares e disse que hoje está absolutamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial.

Publicidade

"Nós vamos não só manter o programa, mas ampliar o programa. Eu admito, estava errado. Eu me enganei. Não tem problema nenhum de chegar aqui e dizer para vocês que eu me enganei, que eu estava errado, que eu tinha uma visão equivocada sobre a importância das câmeras", afirmou.

O governador também disse que a série de abusos da Polícia Militar apontam algo de errado na corporação. "São coisas que chocam, acho que todo mundo choca, vocês chocam, a gente também. A gente fica extremamente chateado com isso, extremamente triste. Agora, o que nós temos que fazer? Olhar para frente e ver como é que a gente vai atuar para entender que essas coisas acontecem", destacou.

Essa foi a primeira vez que Tarcísio falou com a imprensa desde o caso do policial militar Luan Felipe Alves Pereira, que jogou um homem de uma ponte, na madrugada de segunda-feira, 2, durante uma abordagem. A situação foi gravada, teve ampla repercussão, e culminou na prisão do soldado nesta quinta. A medida atendeu a um pedido da Corregedoria da Polícia Militar.

Antes, no X, antigo Twitter, o político citou o caso ao dizer que um policial militar que "atira pelas costas" ou "joga uma pessoa da ponte" não está "à altura de usar essa farda".

Publicidade
PM que joga uma pessoa da ponte 'não está à altura de usar essa farda', diz Tarcísio
Video Player
Fonte: Redação Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se