SP: 3 adolescentes e mais 2 detidos em protesto são soltos

6 nov 2013 - 19h59
(atualizado às 20h06)

Os três adolescentes apreendidos e mais dois detidos na manifestação de terça-feira na avenida Paulista, em São Paulo, foram liberados do 78º Distrito Policial (Jardins) depois de serem ouvidos pela polícia. Eles foram levados ao DP depois de um confronto com policiais militares, próximo à avenida Brigadeiro Luís Antônio. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulista não soube informar o horário de liberação do grupo.

Os cinco foram detidos depois de um tumulto que começou quando um manifestante soltou um rojão, no cruzamento das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio. Segundo a polícia, eles agrediram PMs com chutes, socos, um skate e também um martelo. O grupo nega as agressões e afirmam terem sido vítimas de violência policial. 

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Entre os detidos estão um adolescente de 15, um de 16 e outro de 17 anos. Um professor de 23 anos e um artesão de 49 também foram ouvidos e liberados. 

Os adolescentes foram liberados e entregues aos pais mediante assinatura de um termo de compromisso de apresentação na Vara da Infância e da Juventude. Os outros dois detidos assinaram um termo circunstanciado. 

O professor e o artesão responderão pelos crimes de desacato, resistência e disparo de arma de fogo. Os adolescentes assinaram um ato infracional.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos.

Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014,

a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,

SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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