Quatro pessoas foram detidas nesta sexta-feira, no 49º Distrito Policial de São Mateus, na zona leste de São Paulo, por suspeita de participação na morte do garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha. Segundo informações do Jornal da Globo e do SPTV, três deles têm menos de 18 anos; um deles está preso e teria confessado a participação no crime e indicado o nome de outros três envolvidos - um dos quais o responsável pelo disparo. Todos têm antecedentes criminais.
O crime ocorreu na madrugada de quinta para sexta-feira quando seis assaltantes entraram em uma residência de famílias bolivianas em São Mateus. Exigindo dinheiro, os moradores entregaram R$ 4,5 mil ao grupo que, insatisfeito, persistiu no assalto. Assustado com a situação, Brayan começou a chorar e foi baleado e morto por um dos invasores. Segundo a polícia civil, os detidos tem histórico de ataques contra as mesmas vítimas e provavelmente obtiveram informação de que naquela noite os bolivianos estariam na posse de dinheiro em espécie.
Protesto
Durante a noite de ontem, cerca de 200 bolivianos realizaram um protesto em frente à delegacia de São Mateus para pedir justiça à criança assassinada. Durante o ato, imagens da televisão mostraram um homem trazido à delegacia por policiais sendo agredido pelos manifestantes; o homem não tem relação com o caso e já foi liberado.
O desejo da família de Brayan é enterrar o corpo do filho assassinado na Bolívia. Segundo a agência EFE, os cônsules da Bolívia no Brasil, Jaime Valdivia e Claudio Luna, tramitarão o retorno do corpo do menor e de seus pais ao país. O casal de bolivianos chegou a São Paulo no início do ano para trabalhar em uma oficina de costura. Os 4,5 mil entregues aos assaltantes eram tudo que havia na casa, informou a família.
Ainda segundo a EFE, o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia também ofereceu repatriação a vários parentes do casal por via terrestre, já que eles também haviam manifestado vontade de retornar ao país de origem. A repatriação dos bolivianos deverá ocorrer já na próxima semana.
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30 de junho - Familiares oram durante o velório do menino Bryan Yanarico Capcha de 5 anos
Foto: Futura Press
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30 de junho - O garoto foi assassinado com um tiro na cabeça durante assalto à casa de sua família na madrugada de sexta-feira (28), em São Mateus, na zona leste de São Paulo
Foto: Futura Press
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30 de junho - Pais do menino Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, durante velório no Cemitério São Judas, em Guarulhos, Grande São Paulo, na noite deste sábado
Foto: Marcos Bezerra
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28 de junho - Tio e pais do menino boliviano Bryan, 5 anos, morto durante tentativa de assalto na zona leste de São Paulo
Foto: Janderson Oliveira
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28 de junho - Dezenas de bolivianos fazem protesto pedindo justiça em frente ao 49º DP no Bairro de São Mateus, em São Paulo (SP), após a morte do menino Brayan Yanarico Capcha
Foto: Peter Leone
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28 de junho - Crianças bolivianas acendem vela durante protesto em frente à 49º DP
Foto: Gero
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28 de junho - O cônsul Geral da Bolívia em São Paulo, Jaime Almanza, acompanha o caso na delegacia
Foto: Gero
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1º de julho - A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, convocou nesta segunda-feira uma reunião extraordinária para amanhã, em João Pessoa, com o objetivo de debater a situação dos imigrantes bolivianos no Brasil
Foto: Gabriela Biló
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1º de julho - Cerca de 500 bolivianos protestaram e pediram paz na frente do Consulado Geral da República da Bolívia no Brasil, na avenida Paulista em São Paulo, nesta segunda-feira. Manifestação foi promovida após a morte do garoto boliviano Bryan Yanarico Capcha de 5 anos, assassinado durante assalto em São Mateus, na zona leste da capital paulista
Foto: Gabriela Biló
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3 de julho - Pai do assaltante Diego Rocha Freitas Campos comparece ao 49° Distrito Policial, em São Paulo, nesta quarta-feira. Diego Rocha é acusado de matar o menino boliviano Bryan Yanarico Capcha, 5 anos, com um tiro na cabeça após invadir a residência onde ele morava com os pais em São Mateus
Foto: Gero
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3 de julho - Patrícia Veja, advogada da família do menino Bryan Yanarico Capcha, comparece à 49° DP, em São Paulo. Bryan foi morto com um tiro na cabeça
Foto: Gero
Fonte: Terra