SP: assassino do Brás confessa quatro crimes à polícia

Segundo o DHPP, pernambucano de 19 anos matava por dinheiro ou por se sentir ameaçado. "Não se trata de psicopata ou serial killer", diz delegada

6 mar 2014 - 17h21
(atualizado às 18h29)
<p>Delegados Cândido Araújo e Elisabeth Sato na coletiva sobre o jovem de 19 anos preso pelos assassinatos na região do Brás</p>
Delegados Cândido Araújo e Elisabeth Sato na coletiva sobre o jovem de 19 anos preso pelos assassinatos na região do Brás
Foto: Janaina Garcia / Terra

O ajudante geral Aírton Izaías da Silva, 19 anos, confessou em depoimento à Polícia Civil que matou quatro pessoas na região do Brás, no centro de São Paulo, entre os dias 23 de fevereiro e 2 de março. Natural de Inajá (PE), Silva foi preso nessa quarta-feira e teve a prisão temporária de 15 dias decretada hoje pela Justiça.

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Suspeito de cometer os quatro crimes em série - uma vez que todas as vítimas, assassinadas na mesma região, foram também mortas com uma facada no pescoço -, Silva não seria, contudo, conforme as suspeitas iniciais, um serial killer. A avaliação é da diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoal (DHPP), Elisabeth Sato.

Aírton Izaías da Silva, 19 anos, confessou o assassinato de quatro pessoas na região do Brás, em São Paulo
Foto: Janaina Garcia / Terra

Em entrevista coletiva, a delegada afirmou que Silva confessou a morte do músico Aislan Dantas dos Prazeres, 35 anos, encontrado na madrugada de 23 de fevereiro, na rua Oriente, do vendedor Walter Rodrigues Torres, 46 anos, encontrado ferido na rua Joaquim Nabuco - a vítima morreu no hospital -, do auxiliar de limpeza transexual Rogério Queiroz, 32 anos, morto na rua Conselheiro Belizário, no último domingo, e de um suposto morador de rua, em 28 de fevereiro, na rua Coronel Trancoso.

"Ele é um misto de matador de aluguel com pessoa que mata ao se sentir ameaçada, com medo. Não se trata de um psicopata ou serial killer, porque este perfil normalmente tem um carinho bem maior pela arma que usa. No caso do Aírton, ele matava e já voltava a faca à cintura, sem lavá-la", observou a diretora do DHPP.

R$ 200 e R$ 500 para matar

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Conforme a polícia, o rapaz, que vivia de bicos na região do Brás e do Bom Retiro, disse ter recebido R$ 200 e R$ 500, de pessoas diferentes e as quais ele não soube explicar quem eram, para que matasse, por encomenda, o suposto morador de rua e o vendedor.

O Terra teve acesso ao depoimento do jovem. Nele, Silva confessou ter matado o saxofonista Aislan Dantas dos Prazeres, 35 anos, encontrado na madrugada do dia 23 de fevereiro na rua Oriente. Ele afirmou ter conhecido a vítima durante um forró e admitiu tê-lo esfaqueado com a ajuda de uma mulher depois de ambos terem tentado roubar o músico, já na rua. A mulher também é procurada pela polícia, que ainda não conseguiu identifica-la apenas pelas descrições “confusas”, segundo a chefe do DHPP, dadas pelo preso.

Suspeito percebeu que travesti era homem "por perna peluda"

Quanto ao travesti, Silva declarou que, na noite em que o matou, havia voltado da praia e sido deixado no Brás por conhecidos. Lá, relatou, viu um grupo de três pessoas no qual duas eram travestis. “Ele disse que o Rogério o tentou paquerar e que achou se tratar de uma mulher, já que ele usava roupa de (estampa de) oncinha. Quando viu que a pessoa tinha pernas peludas, percebeu que se tratava de homem e se revoltou”, afirmou a delegada.

Para a diretora do DHPP, se o jovem for solto, “certamente matará outra vez. Ele não demonstrou arrependimento.”

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Já o delegado Cândido Araújo, também do departamento, foi taxativo: "Ele é de uma família de 11 filhos. Estudou até o quarto ano do ensino fundamental. É muito chucro; é um verdadeiro risca-faca que não leva desaforo para casa – e quando se sente ameaçado, parte para cima das vítimas", definiu.

Fonte: Terra
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