SP: governo dará 'prioridade absoluta' para achar ladrões que mataram menino

Criança de 5 anos foi morta durante um assalto na zona leste

28 jun 2013 - 13h12
(atualizado às 15h19)
Tio e pais do menino boliviano Bryan, 5 anos, morto durante tentativa de assalto na zona leste de São Paulo
Tio e pais do menino boliviano Bryan, 5 anos, morto durante tentativa de assalto na zona leste de São Paulo
Foto: Janderson Oliveira / Futura Press

O secretário de Segurança Pública de São Paulo (SSP), Fernando Grella Vieira, disse nesta sexta-feira que a Polícia Civil dará "prioridade absoluta" a encontrar os criminosos que assassinaram com um tiro um menino de cinco anos durante um assalto a uma residência no bairro de São Mateus, na zona leste da capital paulista. De acordo com o secretário, a polícia já tem uma pista sobre o grupo, mas o crime é de difícil resolução pois não havia câmeras de segurança na região e cinco dos seis ladrões estavam encapuzados. 

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"Esse é mais um crime cruel que deixa a todos indignados. (...) Isso é prioridade absoluta. A exemplo do que aconteceu com aquele latrocínio dos dentistas que foram queimados, isso é prioridade absoluta para a polícia. Nós já temos uma pista", disse Grella, em rápida entrevista concedida no Palácio dos Bandeirantes.

Dados divulgados na última terça-feira pela SSP mostram que, somente na capital paulista, 69 pessoas foram vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte) entre janeiro e maio deste ano. O número é alarmante, pois representa um aumento de 43,75% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, foram 175 mortes durantes assaltos, contra 156 nos primeiros cinco meses de 2012, o que representa um aumento de 12%.

O governador Geraldo Akckmin (PSDB) também comentou o caso, que classificou como "absurdo". "Quero deixar aqui a nossa indignação em relação a esse crime bárbaro. E a polícia está empenhada em resolver esse caso com rapidez", afirmou Alckmin.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo pediu que aqueles que tiverem informações sobre os suspeitos entrem em contato com o Disque-Denúncia pelo site ou pelo telefone 181.

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Crime bárbaro

O crime ocorreu na madrugada desta sexta-feira, quando os criminosos invadiram uma casa onde vivia uma família de bolivianos, que se mudou recentemente para São Paulo para trabalhar com confecção. Segundo a polícia, os bandidos se irritaram quando descobriram que as vítimas tinham apenas R$ 4,5 mil em casa e com o choro da criança. Antes de deixar a residência, um dos bandidos atirou na cabeça do menino Bryan Yanarico Capcha, cinco anos. 

Os suspeitos chegaram a pé ao local e renderam o pai, Ediberto Yanarico Quiuchaca, 28 anos, e o tio da criança, Carlos, quando entravam na residência. Eles estavam armados com quatro facas e dois revólveres. Entre oito e 10 pessoas que estavam na casa foram mantidas reféns. Inicialmente, foram dados R$ 3,5 mil aos ladrões, que pediram mais. Como a família continuava sendo ameaçada, o pai foi até o carro e entregou mais R$ 1 mil. Ainda assim, os criminosos insistiram que havia mais dinheiro no local.

Assustadas, as crianças choravam e faziam barulho, e os bandidos ameaçavam os reféns caso os gritos não parassem. Segundo o investigador Pinto, foi nesse momento que Bryan foi atingido com um tiro na cabeça. "Ele estava no chão, agachado com a mãe (Verônica Capcha Mamani, 24 anos)", contou o policial.

Familiares ainda tentaram levar a vítima a um hospital de São Mateus, mas o menino chegou morto ao local. Todos os bandidos fugiram a pé com o dinheiro e seguem foragidos. 

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Fonte: Terra
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