SP: número de mortos por PMs aumenta 94% no 1º bimestre de 2024, durante a gestão Tarcísio

Nos dois primeiros meses do ano, foram mortas 134 pessoas pela PM em todo o estado

4 mar 2024 - 16h00
(atualizado às 16h01)
Movimentação de policiais militares no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá
Movimentação de policiais militares no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

O número de mortes cometidas por policiais militares cresceu 94% no primeiro bimestre de 2024 no Estado de São Paulo, em comparação ao mesmo período de 2023. É o que aponta um levantamento feito pela GloboNews junto ao Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público Estadual.

Nos dois primeiros meses do ano, foram mortas 134 pessoas durante ações policiais em todo o estado. Enquanto no mesmo período no ano passado foram registradas 69 mortes cometidas por PMs. Esse é o segundo ano do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do cargo em São Paulo.

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De acordo com os dados do Gaesp, o mês de fevereiro deste ano teve um aumento significativo na letalidade das ações policiais em comparação com janeiro. Segundo aponta o órgão, em fevereiro de 2024, houve 79 mortes causadas pela Polícia Militar em São Paulo, representando um aumento de 147% em relação às 32 mortes registradas no mesmo mês do ano anterior.

Em janeiro deste ano, a PM foi responsável pela morte de 55 indivíduos no estado, um aumento de 49% em relação às 37 fatalidades ocorridas em janeiro do ano anterior, conforme os dados do Gaesp.

O aumento das mortes coincide com o inicío da Operação Verão, deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista, no litoral paulista, após o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo e do cabo José Silveira dos Santos no início de fevereiro.

No período de 3 a 29 de fevereiro, segundo os dados levantados pela GloboNews, um total de 43 pessoas foram mortas apenas na região da Baixada Santista. Com isso, a Operação Verão já supera o número de óbitos na Operação Escudo (28), deflagrada no ano passado na mesma região.

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Ao Estadão, familiares falam de inocentes entre os mortos pela polícia na Baixada. "Meu pai não era traficante, mas quem mora na favela não tem voz", disse ao jornal a filha do catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, morto no barraco onde vivia, em São Vicente. A família diz que ele era usuário de drogas, mas não estava envolvido com o crime. 

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou ao Terra que não comenta pesquisas cuja metodologia desconhece e afirma que os dados oficiais sobre as mortes decorrentes de intervenção policial serão publicados de acordo com o cronograma previsto.

"Em janeiro, foram registradas 46 ocorrências desta natureza no Estado, o que representa 0,2% do total de 16.811 presos/apreendidos no período. As MDIP são consequência direta da reação violenta de criminosos à ação da polícia. A opção pelo confronto é sempre do suspeito, que coloca em risco a vida do policial e da população. Todas as ocorrências são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário", afirma a pasta. 

A SSP também alega que investe permanentemente na capacitação dos policiais, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo, e em políticas públicas para reduzir a letalidade policial. Segundo a pasta, os cursos ao efetivo são constantemente aprimorados e comissões direcionadas à análise dos procedimentos revisam e aprimoram os treinamentos, bem como as estruturas investigativas.

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Fonte: Redação Terra
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