A Polícia Civil de São Paulo apreendeu neste domingo o terceiro suspeito de participação no assalto que terminou com o assassinato de um menino boliviano de 5 anos, em São Paulo. Brayan Yanarico Capcha foi morto com um tiro na cabeça porque não parava de chorar durante o assalto a sua casa na madrugada de sexta-feira. O suspeito apreendido hoje é um adolescente de 17 anos. Com ele, a polícia encontrou parte dos R$ 4,5 mil roubados no assalto. Outros dois suspeitos foram identificados e estão sendo procurados. A polícia considera o caso esclarecido. As informações são da rádio CBN.
Felipe dos Santos Lima, 18 anos, foi preso ontem, enquanto Paulo Martins, 19 anos, foi detido na sexta. Todos confessaram participação no crime e apontaram Diego Rocha Freitas Campos, 20 anos, como o autor do disparo que matou Brayan. O quinto integrante da quadrilha, Wesley Soares Pedroso, 19 anos, também está sendo procurado e está com Diego, segundo a polícia. Eles chegaram a ser localizados e perseguidos hoje, mas conseguiram fugir. Segundo o delegado Antonio Mestre Junior, todos os integrantes da quadrilha moram em São Mateus, bairro onde ocorreu o crime. “São ladrões contumazes, que confessaram que tinham conhecimento que os bolivianos não costumam usar bancos e deixam dentro de casa o pouco dinheiro que eles recebem. Mais que isso, havia a informação entre eles que haveria dinheiro e, mesmo com a morte da criança, na manhã seguinte, já tinham combinado de fazer a partilha do dinheiro”, disse. Diego fugiu da cadeia no ano passado, onde cumpria pena por roubo. Os demais também têm passagem pela Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa), também por roubo de carro.
Crime bárbaro
O crime ocorreu na madrugada desta sexta-feira, quando os criminosos invadiram uma casa onde vivia uma família de bolivianos, que se mudou recentemente para São Paulo para trabalhar com confecção. Segundo a polícia, os bandidos se irritaram quando descobriram que as vítimas tinham apenas R$ 4,5 mil em casa e com o choro da criança. Antes de deixar a residência, um dos bandidos atirou na cabeça do menino Bryan Yanarico Capcha, cinco anos.
Os suspeitos chegaram a pé ao local e renderam o pai, Ediberto Yanarico Quiuchaca, 28 anos, e o tio da criança, Carlos, quando entravam na residência. Eles estavam armados com quatro facas e dois revólveres. Entre oito e 10 pessoas que estavam na casa foram mantidas reféns. Inicialmente, foram dados R$ 3,5 mil aos ladrões, que pediram mais. Como a família continuava sendo ameaçada, o pai foi até o carro e entregou mais R$ 1 mil. Ainda assim, os criminosos insistiram que havia mais dinheiro no local.
Assustadas, as crianças choravam e faziam barulho, e os bandidos ameaçavam os reféns caso os gritos não parassem. Segundo o investigador Pinto, foi nesse momento que Bryan foi atingido com um tiro na cabeça. "Ele estava no chão, agachado com a mãe (Verônica Capcha Mamani, 24 anos)", contou o policial.
Familiares ainda tentaram levar a vítima a um hospital de São Mateus, mas o menino chegou morto ao local. Todos os bandidos fugiram a pé com o dinheiro e seguem foragidos.