A Polícia de Bauru, no interior de São Paulo, investiga o caso de um feto, de aproximadamente cinco meses, encontrado enterrado nesta segunda-feira às margens de uma estrada de terra do Jardim Manchester, na periferia da cidade.
Uma mulher de 38 anos, cuja identidade é mantida em sigilo, foi apontada como suspeita de ter abortado e depois enterrado o feto, há cerca de um mês, às margens da rua que liga o bairro Manchester ao Jardim Tangará. No entanto, em depoimento na Central de Polícia Judiciária, a mulher negou ter feito o aborto.
O feto foi localizado pela manhã, após denúncia de uma testemunha no telefone 190 da Polícia Militar. A denunciante, cujo nome também foi mantido em sigilo pela polícia, é amiga e mora com a suposta mãe no bairro Ana Carolina.
De acordo com a versão da polícia, durante uma discussão, na madrugada desta segunda-feira, a mulher teria relatado à amiga que se engravidou há cerca de cinco meses e que há um mês teria feito o aborto e enterrado o feto na estrada.
A amiga foi até o local com uma pá e cavou dois buracos, encontrando-o em um deles. “Foi ao local, localizou a ossada e chamou a PM”, contou o delegado Rogério Monteiro, que atendeu a ocorrência na Central de Polícia Judiciária. Ele teria sido enrolado numa toalha e colocado dentro de uma caixa de sapato. “Quando ela encontrou a caixinha, o feto já estava em decomposição, só havia os ossos”, completou o delegado
Segundo Monteiro, o caso será enviado para a Delegacia da Mulher, que vai abrir inquérito para apurar o caso. “No inquérito deverá ser apurado se ela cometeu o crime sozinha ou se contou com ajuda de terceiros, porque neste caso, outros também poderão ser responsabilizados”, explicou.
No entanto, segundo o delegado, o crime que está sendo apurado até agora é o de aborto forçado, cuja pena vai de um a quatro anos de prisão. Caso seja confirmada a autoria, porém, a mulher poderá responder, também, pelo crime de ocultação de cadáver. “Mas devemos lembrar que ela negou a autoria e também precisamos dos laudos dos exames que vão mostrar se o feto era realmente filho dela ou não”, ressaltou o delegado.
Os exames foram requisitados ao Instituto de Criminalística que deverá apresentar os resultados em 30 dias. Os peritos estiveram no local para recolher amostras que devem indicar se a suspeita era mesmo a mãe do feto e, caso seja confirmado, se o aborto foi espontâneo ou provocado.