Suspeita de envenenar um bolo com arsênio e causar a morte de três pessoas da mesma família em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, Deise Moura dos Anjos, de 39 anos, teria xingado e ameaçado a sogra, Zeli dos Anjos, uma das vítimas internada após ingerir o alimento.
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Em uma das mensagens reveladas pelo Fantástico, da TV Globo, a mulher direciona um comentário negativo à mãe do marido em conversa com uma outra pessoa: “Minha sogra é uma peste”.
Segundo uma amiga da família que não quis se identificar, Tatiana Denize Silva dos Anjos, sobrinha de Zeli e morta após comer o bolo, relatou conflitos de Deise com a sogra, três dias antes da refeição.
“Ela contou a história da mensagem que a Deise mandou para a Zeli, dizendo ‘ainda vou ver toda a família dentro de um caixão’. Do Paulo [sogro, morto no ano passado], também, que ela disse ‘eu quero que tu morra’, em uma discussão”, disse ao programa.
Além do episódio do bolo, Deise também é suspeita da morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro do ano passado. O corpo do marido de Zeli foi exumado na última semana, quando a perícia indicou que ele também havia ingerido arsênio.
Pouco após a morte do sogro, que inicialmente foi tratada como intoxicação alimentar, Deise enviou um áudio aconselhando a sogra a ficar mais próxima do filho.
“Tu tem um filho só. Aproveita ficar com ele, porque as tuas irmãs têm a vida delas, sabe? A gente não quer que tu fique longe da gente. Então, aproveita, tu tem um filho, tu tem um neto, sabe? Essa é a tua família agora”, disse a nora.
Também nesta semana, a polícia teve acesso à nota fiscal de uma compra de arsênio em nome de Deise. Ao analisar os rastros deixados por Deise na internet, as autoridades descobriram pesquisas mais antigas sobre o arsênio.
De acordo com a delegada Sabrina Deffente, a suspeita pesquisou uma receita de veneno que fosse inodora e sem gosto. Usou termos como ‘veneno’, 'veneno para matar humano’ e foi evoluindo. “Ela chega, então, numa composição química que tenta montar”, esclarece.
Deise foi presa temporariamente no dia 5 de janeiro, sob a acusação de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno, além de tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela teria comprado a substância e colocado na farinha usada pela sogra, de 60 anos, que preparou o bolo.
As três pessoas que morreram após comer o bolo são as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana.
Zeli dos Anjos, sogra de Deise e responsável pela preparação do bolo, chegou a ser internada, mas teve alta na última sexta, 10. A criança de 10 anos que também ingeriu o bolo recebeu alta do hospital no último dia 3, conforme informações da Polícia Civil. O marido de Maida também comeu o doce, foi hospitalizado, mas já recebeu alta.
