Suspeito de ataque a cinegrafista pode aderir à delação premiada, diz advogado

9 fev 2014 - 12h11
(atualizado às 12h41)
Câmera flagra ação de suspeitos de jogar artefato que atingiu cinegrafista da Band
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O advogado de Fábio Raposo, Jonas Tadeu Nunes, disse na manhã deste domingo, na 17ª Delegacia de Polícia de São Cristóvão, que está tentando convencer seu cliente para aderir ao instituto da delação premiada. "Ele está um pouco relutante", disse. Nunes disse que tentará uma solução para revogar a prisão do jovem universitário de 22 anos que ocorreu hoje pela manhã, na casa dos pais, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.

Fábio foi indiciado pela polícia como co-autor de atentado a bomba durante manifestação na Central do Brasil no último dia 6 que feriu o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. O advogado não confirmou se Fábio conhece o principal suspeito do crime. O estudante está na 17ª DP prestando depoimento.

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Em entrevista coletiva neste sábado, o delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia, disse não acredita na versão do depoimento do tatuador.  "O depoimento dele é inverossímil. Ele estava nervoso, gaguejando muito e está claro que foi uma versão montada pelo advogado para eximi-lo de culpa", afirmou, com base nas informações dadas pelo delegado da Barra.

Mauricio Luciano afirmou que o medo de ser reconhecido foi fundamental para ele ter se apresentado. "Ele é tatuado e ficou com medo de ser reconhecido e decidiu contar essa história." Nas imagens da TV Brasil pode-se ver Fábio caminhando durante algum tempo ao lado do homem que acendeu e colocou no chão o explosivo que atingiu Santiago. "Ainda não podemos afirmar se, quando o homem colocou o rojão no chão, ele já estivesse aceso" disse, já que existe a possibilidade de que Fábio tenha ajudado o autor do crime a acender o artefato.

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Passagem pela polícia

Após o depoimento na madrugada de sábado, a polícia levantou a ficha criminal do suspeito e constatou que ele já foi autuado ao participar de outras manifestações. "Ele tem passagem por ameaça, dano ao patrimônio público, que são crimes praticados durante as manifestações. Ele também está sendo investigado por associação criminosa e pode ser indiciado, inclusive preso, por causa desse crime", falou.

Vídeo mostra socorro a cinegrafista da rede Bandeirantes ferido em protesto
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Foram registrados dois boletins de ocorrência contra Fábio Raposo na 5ª DP, por dano ao patrimônio público e associação criminosa. Já na 14ª DP, ele foi fichado pelo crime de ameaça. O delegado não forneceu detalhes sobre esses indiciamentos.

A polícia ainda tenta identificar quem seria o segundo suspeito que participou da ação. Raposo afirma que não conhece o homem, mas o delegado acredita que ele possa estar escondendo a identidade o agressor.  “Num primeiro momento ele está negando a participação, é uma estratégia dele. Mas, se ele identificar o coautor, isso será levado em consideração. É previsto em lei e ele será beneficiado se isso ocorrer", disse.

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O Cinegrafista da Bandeirantes continua internado no hospital Souza Aguiar, em estado grave.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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