Suzane Von Richthofen, condenada por mandar matar os pais em 2002 em São Paulo, decidiu abrir mão da disputa judicial que travava com o irmão pela herança da família. Segundo documento divulgado pelo Fantástico neste domingo, Suzane, que hoje tem 30 anos, também manifesta o desejo de reencontrar o irmão, Andreas, que não vê desde o julgamento do caso em 2006.
Presa há 12 anos, ela já poderia ir para o regime semiaberto e trabalhar fora do sistema carcerário, mas optou por abrir mão da regalia por "se sentir segura" na prisão. Ainda segundo o documento, Suzane pediu o afastamento do advogado, Denivaldo Barni, que foi proibido de visitá-la. Agora, ela é defendida pela Defensoria Pública.
Procurados pelo Fantástico, o ex-advogado de Suzane e a advogada do irmão, Maria Aparecida Evangelista, não se pronunciaram. Promotores ouvidos sobre o caso não deram uma posição unânime sobre o comportamento da detenta e sobre sua aptidão em voltar ao convívio social.
Crime premeditado
Suzane foi condenada a 38 anos e seis meses de prisão pela morte dos pais Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002. Os assassinatos foram planejados pela filha do casal e executados pelo então namorado de Suzane, Daniel Cravinhos, e pelo irmão dele, Cristian Cravinhos.
Na véspera do crime, Suzane planejou a retirada do irmão Andreas de casa para deixar os pais sozinhos. O trio seguiu para a mansão da família e, como o planejado, os irmãos subiram e golpearam o casal com pauladas. Após o assassinato, Suzane e os comparsas tentaram simular um latrocínio – roubo seguido de morte -, com a subtração de itens da casa.
Desconfiada, a polícia investigou o trio que, poucos dias depois, acabou confessando. Presa desde então, Suzane recebeu em 2011 a notícia de que seria “indigna” de receber metade da herança dos pais, avaliada em R$ 11 milhões e apontada como uma das principais motivações do crime. A ação contra Suzane foi movida pelo próprio irmão, Andreas.
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