Suzane Richthofen quer ficar no regime fechado mais tempo

19 ago 2014 - 19h51
(atualizado às 20h16)
Suzane Von Richthofen
Suzane Von Richthofen
Foto: Agência Estado

Uma semana após ser beneficiada pela progressão para o regime semiaberto, Suzane von Richthofen surpreende ao pedir para continuar cumprindo pena no regime fechado por, pelo menos, mais seis meses.

O pedido foi feito pela própria Suzane à direção da Penitenciária Feminina 1 de Tremembé, onde ela cumpre pena de 39 anos e seis meses, em regime fechado, pela morte dos pais. O engenheiro Manfred von Richthofen e sua mulher, Marísia von Richthofen, foram mortos em 31 de outubro de 2002, enquanto dormiam, na residência da família, no bairro do Brooklin, na capital paulista.

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Suzane, que aguardava transferência para o regime semiaberto, enviou na segunda-feira, 18, carta à direção da PF-1 pedindo para não ser transferida. Na carta, ela disse que pretende cumprir a progressão na própria unidade, onde está sendo construída uma ala de semiaberto, cujas obras estão previstas para serem concluídas em seis meses.

Com a espera, Suzane poderia continuar desempenhando seu trabalho na unidade e ter direito à remição de pena (um dia para cada dois trabalhados) e ainda receber os salários pelas atividades, que são desempenhadas em convênio com a Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap).

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que “Suzane declarou que gostaria de permanecer na Penitenciária Feminina 1 de Tremembé, aguardando o término da ala de regime semiaberto que está sendo construída na penitenciária”, diz nota da SAP. “A presa observa também que pretende continuar o trabalho na Funap, pois necessita da remissão e do salário das atividades”, completa a nota.

De acordo com a SAP, as obras da nova unidade de semiaberto da PF1 de Tremembé tiveram início em 8 de agosto e vão beneficiar 78 detentas, mas a previsão é de que só devem estar concluídas em fevereiro de 2015, tempo em que, se tiver o pedido aceito pela Justiça, Suzane continuará no regime fechado.

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A carta foi enviada à Vara de Execuções Penais de Taubaté, que não tem prazo para decidir se aceita ou não o novo pedido de Suzane. Enquanto isso, ela continua aguardando vaga para uma unidade de semiaberto. Se o pedido não for aceito, Suzane deve ir para onde a SAP reservar vaga. Com o novo regime, ela terá direito a saídas temporárias e a trabalhar de dia e voltar para dormir na prisão. Se não conseguir trabalho, cumpre pena sem direito de sair da prisão.

O benefício foi concedido no dia 11 de agosto pela juíza da Vara de Execuções Penais de Taubaté, Sueli Zeraik de Oliveira Armani. A progressão para o semiaberto era pleiteada pela defesa desde 2009, mas só agora foi concedida, mesmo após Suzane ser reprovada em teste de análise de perfil psicológico.

A reprovação do teste foi uma das justificativas usadas pelo Ministério Público Estadual para recorrer da concessão do benefício. De acordo com o MPE, o teste comprova que Suzane não está preparada para ser transferida para o semiaberto, com o risco de se evadir do sistema.

Procurados, representantes do MP disseram que tiveram conhecimento do novo pedido de Suzane pela imprensa e que precisariam se inteirar nos autos para se manifestarem. O advogado Denivaldo Barni, que defende Suzane, não foi localizado para falar sobre o assunto.

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Fonte: Especial para Terra
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