A Polícia Civil do Amazonas prendeu nesta terça-feira seis suspeitos de arrombar o cofre de uma agência bancária na cidade de Iranduba, a 25 quilômetros de Manaus, em 5 de abril. Ao serem apresentados à imprensa, os presos afirmaram ter "passado mal" ao entrar no cofre e não encontrar uma grande quantidade de dinheiro.
"Eu quase tive um infarto. Pensamos que tinha uns R$ 2 milhões, mas quando entramos tinha era muito dinheiro rasgado. Tivemos foi prejuízo", afirmou José Adailton Neves Moraes, o "Mãozinha", 39 anos, apontado pela polícia como líder da quadrilha. Segundo os presos, eles só encontraram R$ 50 mil dentro da agência bancária, e gastaram aproximadamente R$ 30 mil com os custos do assalto. O furto ao banco aconteceu após a quadrilha passar três meses escavando um túnel a partir de uma casa alugada ao lado da agência bancária.
José Adailton foi preso por volta das 2h de hoje, no momento em que tentava embarcar no aeroporto internacional Eduardo Gomes, com destino a Belém, no Pará. Ele estava na companhia de Alex Gomes dos Santos, o "Menor", 32 anos. Os dois, segundo a polícia, tentavam embarcar com documentos falsos.
"Adailton e Alex foram os responsáveis por alugar a casa e contratar os quatro homens que escavaram o túnel. Nosso serviço de inteligência descobriu que eles tentavam fugir para o Pará e, durante a madrugada, pegamos os dois no aeroporto", disse o delegado Orlando Amaral, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), que pediu a prisão preventiva dos suspeitos à Justiça.
Segundo o delegado, após a prisão dos dois "cabeças" da quadrilha, a polícia conseguiu chegar aos quatro homens que escavaram o túnel. Ricardo Silva Barbosa, 19 anos; os irmãos Felipe Ramos Rocha, 19 anos, e Rafael Ramos Rocha, 25 anos; além de Arisson dos Santos Tenório, 26 anos. "Falta prendermos dois suspeitos já identificados. Eles são o Rossi, que é o especialista em arrombar cofres; e o Romero, especialista em escavações. Os dois estão foragidos no Estado do Pará", disse o delegado.
Dinheiro para presídio
Com a prisão de parte da quadrilha, a Polícia Civil do Amazonas descobriu um esquema de "doação" do lucro obtido nas ações criminosas para presos do sistema prisional do Pará. Segundo a polícia e os próprios presos, parta do que eles roubam é enviado para os presos de Belém.
"Eles mandaram R$ 20 mil para bandidos presos em presídios paraenses. É uma forma de financiar a vida boa desses presos", afirmou o delegado, que, durante a coletiva, foi corrigido pelo preso. "Doutor", disse José Adailton, "se nesse banco tivesse os R$ 2 milhões que imaginávamos, tínhamos mandado uns R$ 400 mil para nossos irmãozinhos de cárcere presos no Pará. Lá, eles passam necessidade. Mas, dessa vez, com o dinheiro que tinha no banco, não deu nem pra eu comprar um (tênis) Nike, não deu para mandar nada para eles", completou o preso.