O número de mortes provocadas por policiais em São Paulo é o maior desde 1992, ano do massacre de presos no Carandiru, segundo levantamento do Estado. Entre essas mortes, se destaca o número de ocorrências envolvendo policiais militares e civis de folga, que mataram 255 pessoas no Estado em 2014, ou seja, uma pessoa a cada 34 horas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Somado ao número total de casos com policiais em serviço, o número de pessoas mortas pela polícia chega 963 em todo o ano passado. Apesar de ter sido divulgado no Diário Oficial do Estado, o número completo de mortes por policiais é omitido das estatísticas de criminalidade da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Nos dados da secretaria, aparecem apenas os casos decorrentes de ações de policiais civis em folga, que somaram 21 ocorrências.
No comparativo com 2013, o número de mortes envolvendo policiais de folga subiu 17%, quando foram registradas 218 ocorrências.
Questionada, a SSP não explicou por que os dados sobre a morte em decorrência da ação policial não aparece de forma completa no site: “São consideradas mortes em decorrência de intervenção policial aquelas em que um membro da PM ou da Polícia Civil reage legitimamente a uma agressão levando o suspeito a óbito”, diz a secretaria. “Não entram nas estatísticas de morte em decorrência de intervenção policial os casos em que policiais cometem homicídios comuns. Também não são considerados os casos em que policiais reagem a assaltos ou outros crimes sem antes se identificar”.