"Vai morrer gente", diz sindicato sobre celas lotadas no RS

Em meio à grave crise no sistema carcerário, estado enfrenta falta de vagas até nas celas da polícia civil

25 jan 2017 - 17h31
Corpos de presos assassinados durante rebelião são retirados de presídio no Rio Grande do Norte.
Corpos de presos assassinados durante rebelião são retirados de presídio no Rio Grande do Norte.
Foto: Frankie Marcone/Futura Press

"Vai morrer gente". Essa foi a frase do vice-presidente do sindicato dos servidores da polícia civil do Rio Grande do Sul (Ugeirm) sobre a superlotação registrada em celas de delegacias na região Metropolitana de Porto Alegre. Conforme Fábio Castro, a situação está "insustentável" e a categoria não descarta uma paralisação nos próximos dias. Ele ainda ironizou a atuação do secretário de segurança pública do Estado, Cezar Schirmer: " parece que não temos secretário, o cargo está vago".

Castro utilizou as rebeliões registradas em outros estados do país para justificar o temor da categoria: "as delegacias tem ainda menos estrutura para receber apenados do que as cadeias. Se acontece nos presídios, o risco é maior nas unidades da polícia civil". Nos próximos dias, uma denúncia sobre a situação deve ser encaminhada à comissão dos direitos humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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Para amenizar a situação de superlotação nas carceragens da polícia civil, o Estado disponibilizou um ônibus-cela (que foi alvo de uma tentativa de fuga no último domingo) e prevê a inauguração de um centro de triagem com 84 vagas em Porto Alegre até a metade do mês de fevereiro. Nesta quarta-feira, pelo menos cem presos aguardavam vagas no sistema prisional apenas nas delegacias de Porto Alegre e região. 

Fonte: Especial para Terra
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