vc repórter: área próxima à UFRJ soma 1,5 mil roubos em 2014

Alunos da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ afirmam que os assaltos são constantes, acontecem em qualquer horário do dia e têm gerado pânico. A Polícia Civil disse que há investigações em andamento sobre os casos

24 set 2014 - 16h20
<p>Alunos da UFRJ dizem conviver com o medo da violência</p>
Alunos da UFRJ dizem conviver com o medo da violência
Foto: Paulo Samico / vc repórter

Os índices de violência aumentaram no entorno da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, no centro do Rio de Janeiro. A falta de policiamento e os constantes crimes na região colocam em risco quem precisa circular pelo local. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, entre janeiro e agosto deste ano, o 4º Distrito Policial, responsável pela área, já registrou 1.527 casos de roubo.

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Em 2013, no mesmo período, a delegacia documentou 1.169 incidentes da mesma natureza. No comparativo entre os dois anos, o número de furtos subiu de 3.142 para 3.652 e as ocorrências aumentaram de 7.579 para 8.439. Apenas no mês de agosto deste ano, o 4º DP registrou 192 roubos, o que representa uma média de seis casos por dia.

Isabela Muniz, que estuda na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ desde 2011, afirmou que os assaltos são constantes e já se tornaram motivo de pavor entre os alunos e os trabalhadores que circulam pela área. “Não é (um lugar pouco movimentado), muita gente passa por ali”, disse a estudante, acrescentando que, além da universidade, instituições como o Hospital Municipal Souza Aguiar, o Arquivo Nacional, a faculdade de Medicina da Unirio, um hospital do Exército e uma unidade dos bombeiros também estão localizados na região.

Para chegar à UFRJ, a partir da estação de trens metropolitanos Central do Brasil, os estudantes passam pela avenida Presidente Vargas e descem pelo acesso que margeia a Praça da República. Isabela relatou que já foi abordada por um grupo de garotos na avenida Rio Branco, a caminho da universidade, mas seu grito de socorro desencorajou os criminosos a darem continuidade à tentativa de assalto.

“Aconteceu de eu estar andando com um grupo e a menina do lado ser assaltada. Eles arrancam. Às vezes, acabam até arranhando. Um dia, perto da Central do Brasil, vi dois meninos. Um foi por trás de uma moça e arrebentou o cordão dela. O outro veio pela frente para pegar. Parecia que um estava ensinando o outro”, contou. “A gente ouve casos de todo mundo que faz esse caminho”, acrescentou.

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Isabela afirmou que a situação causou efeitos psicológicos em estudantes e criticou a ausência da polícia. “Escuto casos de pessoas que desenvolveram Síndrome do Pânico e não vão mais à faculdade de ônibus ou metrô por isso. Tem que ter policiamento, mas ele não é fixo. Às vezes, quando sai algo na mídia, eles colocam, mas ficam lá por uns dois dias e saem”, disse.

Procurada pelo Terra, a Polícia Civil informou que tem investigado a ação de criminosos na circunscrição da delegacia e disse que é fundamental que as vítimas registrem as ocorrências, para que seja possível identificar os suspeitos.

Responsável pelo policiamento no centro da cidade, o 5º Batalhão de Polícia Militar afirmou que intensificou o patrulhamento com viaturas e policiais a pé nos horários de maior movimento na área. Dados da corporação apontam que, de janeiro a julho de 2014, foram realizadas 826 detenções nas avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, e também na Central do Brasil. Somente no mês de agosto, 56 menores foram apreendidos e conduzidos para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

A PM disse ainda que uma de suas viaturas fica baseada na UFRJ e garantiu que realiza operações com frequência na região.

O leitor Paulo Samico, do Rio de Janeiro (RJ), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.

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