vc repórter: suposto PM mostra cassetete quebrado e diz "foi mal, fessor"

Uma foto que circula nas redes sociais, e que teria sido postada por um policial militar na última quinta-feira, está causando a revolta de centenas de internautas.

Na imagem publicada no Facebook, o homem fardado, identificado como Tiago, aparece segurando as duas partes de um cassetete quebrado com a legenda “foi mal, fessor”.

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A publicação seria uma referência ao confronto entre policiais e professores em greve, durante um protesto na última terça-feira no Rio de Janeiro. O ato, que reuniu professores e integrantes do movimento Black Bloc, acabou com oito pessoas detidas e pelo menos 15 feridas, sendo nove policiais.  O protesto reuniu cerca de mil pessoas, e era contra a votação da proposta do plano de cargos e salários dos professores da rede municipal.

Em poucas horas, a imagem rendeu centenas de compartilhamentos e inúmeras críticas ao policial, que se identifica como Tiago Tiroteio, e afirma ser “agente de término de manifestações do Batalhão de Polícia de Choque”. Poucas horas após publicar a imagem, o perfil foi deletado do Facebook, o que não impediu que a imagem se espalhasse pelas redes sociais.

“Asco de um policial como você”, escreveu uma internauta. Um outro, que seria policial, critica a atitude do colega: “sou PM e amo e respeito os profissionais da educação, pois sei bem que sem eles a nossa sociedade se desfaleceria. Esse babaca tem que ser preso”.

“Um desgraçado. Se apagou o perfil, é porque é covarde. Pelo menos deu tempo de dar um print na página dele. Ódio aos professores por quê? Se ele sabe escrever e ler hoje em dia, é porque algum professor ensinou a ele”, reclamou outro internauta.

Procurada pelo Terra, a Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou uma nota:

O policial militar que postou em seu perfil no Facebook uma foto mostrando que quebrou seu cassetete durante a manifestação de segunda-feira (30/09) foi identificado na manhã desta sexta-feira (04/10).

O soldado, de 30 anos, está há cinco na Corporação e pertence ao Batalhão de Choque. Em depoimento nesta sexta na Corregedoria, ele argumentou em sua defesa que não fez a postagem ofensiva. A Corregedoria abriu Inquérito Policial-Militar (IPM) para checar esta versão. Se for comprovado que a postagem é mesmo dele, poderá ser punido até com a exclusão.

A Polícia Militar repudia qualquer ato de violência e uso desmedido da força, por parte de seus policiais. E reitera que comportamentos desse tipo, que desqualificam a atividade do policial militar, não serão tolerados. Da mesma maneira que não serão toleradas ofensas ou ataques a uma classe profissional da importância que é a dos professores.

A internauta Clara Dias, do Rio de Janeiro (RJ), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.