Veja momento em que coronel é agredido em protesto em SP
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Vídeo divulgado no YouTube mostra o cerco ao coronel da Polícia Militar Reynaldo Simões Rossi, agredido por manifestantes na noite de sexta-feira durante um protesto no centro de São Paulo. As imagens retratam o momento em que o coronel é perseguido por mais de dez manifestantes que, armados com pedaços de pau, desferem diversos golpes no policial.
"Pega, pega!", grita um dos manifestantes, enquanto o coronel Rossi tentava se desvencilhar do grupo. As agressões só tiveram fim quando um soldado da PM à paisana sacou uma pistola e resgatou o coronel.
De acordo com a Polícia Militar, o coronel foi cercado durante confronto entre manifestantes e policiais no terminal Parque Dom Pedro II. Rossi sofreu fratura na clavícula e levou uma pedrada na cabeça, com suspeita de traumatismo craniano. O rádio e a arma do oficial foram roubados pelos manifestantes, mas foram recuperados posteriormente.
A agressão ao coronel motivou demonstrações de repúdio da cúpula da Polícia Militar, do governo paulista e até mesmo da presidente Dilma Rousseff, que classificou a ação do grupo denominado Black Blocs como uma "barbárie antidemocrática". "Presto minha solidariedade ao coronel da PM Reynaldo Simões Rossi, agredido covardemente ontem por um grupo de black blocs em SP", disse Dilma em sua conta no Twitter.
O major Mauro Lopes, da Polícia Militar, afirmou na tarde deste sábado que a corporação está muito próxima de dar uma "resposta enérgica" contra os manifestantes que depredaram a cidade de São Paulo durante as manifestações, chamando os agressores do coronel de "delinquentes", por terem agido de forma covarde.
"Estamos chegando mais perto de uma resposta mais enérgica. Essa luta não é só da PM, é de todos nós. Fazemos um trabalho difícil e pessoas de bem são lesionadas. Não podemos enaltecer, dar crédito, a esse grupo. É hora de união de esforços das forças da sociedade. Ninguém quer ver essa cidade desse jeito", afirmou o representante da PM, durante uma entrevista coletiva convocada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
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11 de outubro - Manifestantes vestidos de preto e mascarados protestaram no centro de São Paulo nesta sexta-feira
Foto: Vagner Magalhães
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11 de outubro - Em alguns momentos do protesto o número de policiais era maior do que o de manifestantes
Foto: Vagner Magalhães
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11 de outubro - Na página do movimento Black Bloc, o ato é descrito como de repúdio ao governo do chefe do Executivo estadual, Geraldo Alckmin (PSDB), e em apoio aos protestos no Rio de Janeiro
Foto: Vagner Magalhães
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11 de outubro - Manifestantes foram acompanhados por policiais pelas ruas do centro de São Paulo
Foto: Vagner Magalhães
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11 de outubro - Manifestantes protestaram no centro de São Paulo na noite desta sexta-feira
Foto: Tiago Mazza
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11 de outubro - Policiais fazem cordão e seguem manifestação pela região central de São Paulo
Foto: Vagner Magalhães
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15 de outubro - Trânsito ficou interrompido no viaduto do Chá por conta do protesto em frente à prefeitura nesta tarde
Foto: Ricardo Matsukawa
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15 de outubro - Grupo saiu em passeata pelas ruas da região central de São Paulo nesta tarde
Foto: Ricardo Matsukawa
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15 de outubro - Grupo protestou em frente à prefeitura de São Paulo nesta tarde
Foto: Ricardo Matsukawa
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15 de outubro - Manifestante carrega bandeira do Movimento dos Trabalhadores sem Teto em protesto na região central de São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
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15 de outubro - Manifestantes tentaram invadir a Câmara de São Paulo durante protesto nesta terça-feira
Foto: Gutemberg Gonçalves
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15 de outubro - Grupo chutou proteção colocada na Câmara de São Paulo em protesto nesta terça-feira
Foto: Marcelo Camargo
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15 de outubro - Trabalhadores sem-teto entraram em confronto com policiais militares e guardas municipais, no começo da tarde de hoje, em frente da Câmara Municipal
Foto: Marcelo Camargo
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15 de outubro - Manifestantes tentararam forçar entrada na Câmara de São Paulo na tarde desta terça-feira
Foto: Marcelo Camargo
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21 de outubro - Protesto na avenida paulista tinha a descriminalização dos movimentos sociais na pauta, e a participação de Black Blocs
Foto: Gabriela Biló
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21 de outubro - Amplamente policiado, o protesto, que também pedia mais investimentos em educação, começou pacífico
Foto: Gabriela Biló
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21 de outubro - Manifestantes se concentraram no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e ocuparam a avenida Paulista, em protesto contra o leilão do pré-sal e a corrupção
Foto: Gabriela Biló
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21 de outubro - Marcha seguiu até a Secretaria de Educação de São Paulo
Foto: Gabriela Biló
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21 de outubro - Ao se aproximarem de prédios do governo, os manifestantes entraram em confronto com a polícia e fizeram barricadas
Foto: Gabriela Biló
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21 de outubro - Manifestante é abordado por policiais militares
Foto: Taba Benedicto
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21 de outubro - Mesmo identificado como da imprensa, o fotógrafo Adriano Lima foi atingido por um cacetete
Foto: Taba Benedicto
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21 de outubro - Manifestantes também ficaram feridos no confronto com a Tropa de Choque
Foto: Vinícius Gonçalves
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24 de outubro - Manifestantes ateam fogo em catraca durante protesto contra o terminal Campo Limpo
Foto: Dario Oliveira
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25 de outubro - O Movimento Passe Livre (MPL), o Black Bloc e integrantes de movimentos sociais fazem protesto no centro de São Paulo por melhorias no transporte público
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - A manifestação, que se concentra em frente ao Teatro Municipal, é acompanhada de perto por um contingente de cerca de 800 policiais
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Por volta das 17h20, havia cerca de 200 pessoas no local. Elas pedem o retorno de linhas de ônibus que ligavam diretamente bairros ao centro da cidade e que foram retiradas pela prefeitura do itinerário
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - De acordo com o MPL, as linhas não eram lucrativas para as empresas e, por isso, não circulam mais. A SPTrans diz que esse é uma ideia "conservadora", e que o sistema precisava de renovação
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Manifestantes protestam em frente ao Theatro Municipal de São Paulo
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - O protesto reúne integrantes dos grupos MPL e Black Bloc e movimentos sociais e políticos
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Protesto contou com a presença de manifestantes mascarados em São Paulo
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Cerca de 2 mil pessoas iniciaram caminhada pelas vias centrais de São Paulo por volta das 18h20
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Passeata provocou interdição do Túnel Anhangabaú
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Manifestantes atearam fogo em uma catraca gigante feita com papelão
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Protesto pacífico terminou em quebra-quabra após marcha pelo centro, quando mascarados atacaram bancos e comércio
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Ônibus e caçambas também foram incendiados nas proximidades do Parque Dom Pedro II
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Pedras e coquetéis molotov foram lançados contra a polícia, que reagia com bombas de efeito moral
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Um coronel foi atingido por uma pedra na cabeça e precisou de atendimento médico
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - De acordo com a PM, 78 manifestantes foram detidos
Foto: Thiago Tufano
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25 de outubro - Não há um balanço de ônibus danificados, mas a SPtrans informou que o terminal Parque Dom Pedro II estava funcionando normalmente às 21h40
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Os novos itinerários das linhas de São Paulo eram o principal alvo do protesto
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Atos de vandalismo deram início ao confronto, que se agravou durante tentativa da igreja da Praça da Sé
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Muitos caixas eletrônicos foram vandalizados por black blocs
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - A depredação teve início após a marcha, pacífica, terminar
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - O coronel Reynaldo Simões Rossi foi atingido por uma pedra jogada pelos manifestantes
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - O policial fraturou a clavícula e há suspeita de traumatismo craniano
Foto: Bruno Santos
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25 de outubro - Soldado à paisana tenta proteger coronel de agressões; oficial teve a arma roubada, mas esta foi recuperada pelo seu motorista, segundo a PM
Foto: Reuters
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25 de outubro - Vândalos depredaram o termina Parque Dom Pedro II, no centro da capital
Foto: Lucas de Arruda Cardoso
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25 de outubro - Nem guichês escaparam da fúria dos manifestantes no terminal Parque Dom Pedro II
Foto: Lucas de Arruda Cardoso
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28 de outubro - Jornalistas protestam contra agressões sofridas durante as manifestações. O fotógrafo Sérgio Silva (na frente, ao centro), que foi atingido por uma bala de borracha e perdeu a visão do olho esquerdo, participa do ato
Foto: Peter Leone
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31 de outubro - Protesto contra aumento do IPTU teve caminhada até a residência do prefeito Fernando Haddad
Foto: Dario Oliveira
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31 de outubro - Por volta das 21h40, os manifestantes caminhavam de volta à avenida Paulista, mas boa parte já havia se dispersado
Foto: Vagner Magalhães
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31 de outubro - Mais de 100 metros adiante, o grupo se deu conta de que havia se enganado e deu meia volta, gritando palavras de ordem contra a prefeitura e o aumento nos tributos
Foto: Vagner Magalhães
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31 de outubro - Sem saber ao certo onde ficava a residência de Haddad, os manifestantes chegaram a passar em frente ao prédio
Foto: Vagner Magalhães
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31 de outubro - Diante do grande reforço policial na região, com viaturas dispostas a até quatro quarteirões do prédio onde mora o prefeito, a manifestação foi pacífica
Foto: Vagner Magalhães
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31 de outubro - Por volta das 21h, o grupo se aproximava da residência de Haddad, na rua Afonso de Freitas, no Paraíso
Foto: Vagner Magalhães
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31 de outubro - Os manifestantes - muitos deles cobrindo os rostos com máscaras - seriam ligados ao movimento Black Bloc
Foto: Vagner Magalhães
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31 de outubro - Os manifestantes se concentraram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), de onde partiram por volta das 20h
Foto: Vagner Magalhães
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31 de outubro - O grupo protestava contra o aumento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) na cidade
Foto: Vagner Magalhães
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31 de outubro - Cerca de 300 pessoas fizeram uma caminhada em direção à residência do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
Foto: Vagner Magalhães
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2 de novembro - Segundo a Polícia Militar, Douglas foi baleado acidentalmente durante uma abordagem
Foto: Marcelo Camargo
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2 de novembro - Neste ano, as centenas de manifestantes que saíram da Paróquia Santos Mártires e foram até o Cemitério Jardim São Luís prestaram solidariedade à comunidade da Vila Medeiros, zona norte, onde o estudante Douglas Rodrigues foi morto por um policial no último dia 27
Foto: Marcelo Camargo
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2 de novembro - O ato, que ocorre todos os anos no Dia de Finados, começou como uma reação à violência que afligia o bairro na década de 90
Foto: Marcelo Camargo
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2 de novembro - "Por que atirou em mim?" era a pergunta que os moradores da região do Jardim Ângela, zona sul paulistana, levavam escritas em camisetas brancas e repetiram em refrão ao saírem em passeata
Foto: Marcelo Camargo
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5 de novembro - Marcha dos Mascarados, em São Paulo, foi acompanhada por policiais e permanecia pacífica até o início da noite, apesar de ter fechado a avenida Paulista
Foto: Dario Oliveira
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5 de novembro - Pelo menos um manifestante foi preso, ao soltar rojão na avenida Paulista
Foto: Thais Sabino
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7 de novembro - Integrantes de movimentos sociais fazem passeata por moradia em São Paulo
Foto: Marcelo Camargo
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7 de novembro - Cerca de 100 manifestantes se reuniram em frente ao prédio da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para pedir a desmilitarização da polícia, na capital paulista
Foto: Marcos Bizzotto
Agressor de coronel é identificado e preso
Após a manifestação de ontem, 92 pessoas foram detidas, sendo levadas para o 1º DP, para o 6º DP e para o 78º DP. Porém, apenas oito delas seguem presas, incluindo um dos suspeitos de agredir o coronel. Paulo Henrique Santiago dos Santos, que se identificou como comerciante, foi indiciado por tentativa de homicídio e lesão corporal contra o coronel da PM, além de lesão corporal e roubo. Ele será encaminhado para o presídio de Belém. Outros sete foram indiciados por dano qualificado, formação de quadrilha e explosão. Além disso, três menores foram encaminhados para Fundação Casa.
O major da PM foi questionado sobre o motivo de o coronel ter sido agredido e por estar sozinho no momento em que foi abordado. Mauro Lopes afirmou que faz parte do perfil do coronel tentar negociar. "O coronel tem um perfil negociador, conciliador. Não se esperava uma agressão tão covarde e tão conjunta. Seu motorista manteve o controle, o profissionalismo. Temos que reagir na medida exata, usando meios lícitos. Quero crer que pela simplicidade do coronel, ele mesmo tenha sido surpreendido com uma violência tão fora de propósito", afirmou.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba,
Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
Fonte: Terra