"Vitória contra a impunidade", diz Dilma sobre Carandiru

3 abr 2014 - 10h45
(atualizado às 11h57)

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira que o resultado do julgamento do Massacre do Carandiru representou uma "vitória contra a impunidade". O processo teve fim nessa terça-feira, ao término do julgamento do quarto e último bloco de acusados, com um saldo total de 73 policiais condenados pela morte de 111 presos em outubro de 1992.

"Passados 21 anos do massacre do #Carandiru, chegou ao fim, ontem, o júri dos policiais acusados do assassinato de 111 detentos", afirmou Dilma em sua conta de Twitter. "O julgamento do Carandiru, c/ amplo direito de defesa e dentro das regras do Estado de Direito, representa uma vitória contra a impunidade"

Publicidade

Por envolver grande número de réus e vítimas, o julgamento foi desmembrado em quatro blocos, cada um deles relativo a um dos quatro andares do Pavilhão 9 da Casa de Detenção, palco da ação policial que, no dia 2 de outubro de 1992, resultou na morte de 111 presos.

Nesta terça-feira, durante o julgamento do quarto e último bloco, 15 policiais militares integrantes do Comando de Operações Especiais (COE) foram condenados a 48 anos de prisão cada um, pela morte de quatro presos do quarto pavimento do pavilhão. Os mesmos policiais foram absolvidos pela tentativa de homicídio de dois detentos e pela morte de outros quatro, provocada por armas brancas.

Ao todo, 73 policiais foram condenados. Na primeira etapa do julgamento, em abril de 2013, 23 policiais foram condenados a 156 anos de reclusão cada um pela morte de 13 detentos. Na segunda etapa, em agosto, 25 policiais foram condenados a 624 anos de reclusão cada um pela morte de 52 detentos. Em 19 de março, mais dez policiais militares foram considerados culpados pela morte de oito presos: nove dos policiais foram condenados a 96 anos de prisão, enquanto o outro foi condenado a 104 anos por já ter uma condenação anterior.

Conhecida como Carandiru, a Casa de Detenção de São Paulo funcionava na zona norte da capital. Foi inaugurada em 1920 e chegou a abrigar mais de 8 mil presos durante o período de maior lotação – sendo apontado como o maior presídio da América Latina. A unidade foi desativada e parcialmente demolida em 2002. 

Agência Brasil
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações