Laurene Santos, da TV Vanguarda, recebeu manifestações de solidariedade de vários famosos após ser destratada por Jair Bolsonaro ao entrevistá-lo. “Cala a boca”, disse o presidente, exaltado, à repórter.
“Você tinha que ter vergonha na cara por prestar um serviço porco desse que você faz na Rede Globo”, disparou. Ele afirmou que o canal é “uma m*erda”, “porcaria” e faz jornalismo “canalha”.
A apresentadora do ‘Roda Viva’ Vera Magalhães, a âncora do ‘Jornal da Globo’ Renata Lo Prete, o repórter da GloboNews Ricardo Abreu e até o dono do ‘Caldeirão’ Luciano Huck defenderam a jornalista e criticaram a postura agressiva de Bolsonaro.
“Rodeado de bajuladores, o presidente se sentiu à vontade pra humilhar uma mulher que apenas cumpria seu dever profissional de informar. Covardia total”, escreveu no Twitter o apresentador que desistiu de se lançar candidato à Presidência em 2022.
Não foi a primeira vez que Bolsonaro se descontrolou diante de um jornalista de TV. Em maio de 2020, no ‘cercadinho’ diante do Palácio da Alvorada, em Brasília, ele tentou se defender da acusação de trocar o superintendente da PF no Rio para supostamente barrar investigações.
Havia microfones da Globo/GloboNews, CNN Brasil, Record e de alguns portais de notícias. Quando repórteres tentaram fazer perguntas, o presidente se irritou. “Cala a boca”, ordenou. Quando houve nova tentativa de questioná-lo, ele voltou a se enfurecer. “Cala a boca, não te perguntei nada.”
Em 2014, durante debate a respeito dos 50 anos do golpe militar, o então deputado se enfureceu com a repórter Manuela Borges, da RedeTV!, em coletiva no Rio. O então deputado federal foi contestado a respeito da defesa enfática que sempre fez das ações de seus pares no Exército.
“A história está contra o que diz (o senhor)”, comentou a jornalista. “Você é uma idiota, aprendeu onde isso aí?”, rebateu Bolsonaro, alterado. “Vai contra suas mentiras, você quer forçar a barra, é uma analfabeta. Não atrapalhe seus colegas (jornalistas). Está censurada.” Na ocasião, a âncora do ‘SBT Brasília’ Williane Rodrigues classificou a cena como “baixaria”.