Em 2020, Gustavo Bebianno, ex-ministro de Jair Bolsonaro, afirmou que Carlos Bolsonaro tinha a intenção de estabelecer uma "Abin paralela" e que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, estava ciente desse plano.
Nesta manhã, Carlos Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal (PF), que teve como foco possíveis envolvidos no recebimento de informações obtidas ilegalmente pela Abin.
"Um belo dia o Carlos me aparece com o nome de um delegado Federal e três agentes, que seria uma Abin paralela", disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em março de 2020.
Perguntado sobre como o presidente reagiu a ideia do filho, Bebianno respondeu: "De forma passiva, desviando, não enfrentou o assunto e a coisa foi sendo cozinhada".
Bebianno afirmou que ele desaconselhou o presidente a aceitar o plano de seu filho, e que essa discordância teria sido um dos motivos para suas demissões. Ele declarou, no entanto, não ter conhecimento se o plano foi efetivamente implementado.
O objetivo da Abin 'paralela', segundo Bebianno, teria sido idealizada "porque eles [família Bolsonaro] não confiam em ninguém". "Existe uma paranoia familiar de não se confiar em ninguém", afirmou na ocasião.
Dias depois da entrevista, Bebianno, aos 56 anos, morreu por problemas de saúde.