Acusado de corrupção, ministro de Lula diz que ficará no cargo até ser demitido

Juscelino Filho é indiciado pela Polícia Federal por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva; Lula disse que, se a Procuradoria-Geral da República acatar o pedido da PF, ministro será demitido

26 jun 2024 - 16h19
(atualizado às 19h07)

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse nesta quarta-feira, 26, que permanecerá no cargo até que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o demita. Mais cedo, Lula afirmou que o ministro deverá ser afastado caso o indiciamento da Polícia Federal (PF) por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva seja aceito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Eu sou ministro até quando ele (Lula) quiser. O cargo de ministro é do presidente. Até o dia que ele quiser, eu vou cumprir a missão que ele me deu com muita honra, trabalhando pelo Brasil, fazendo o que eu estou fazendo com muita tranquilidade. Vou estar me defendendo. Isso aí eu estou muito tranquilo. E no dia que eu deixar de ser ministro vou voltar para o Congresso, ser deputado federal pelo Maranhão, que é pelo que eu fui eleito por quatro anos", disse ao jornal O Globo.

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Juscelino Filho, ministro das Comunicações, afirmou que pretende permanecer na função até que Lula o demita
Juscelino Filho, ministro das Comunicações, afirmou que pretende permanecer na função até que Lula o demita
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO / Estadão

A Polícia Federal já finalizou as investigações sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) - caso revelado pelo Estadão em janeiro de 2023 - e indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. A corporação imputa ao ministro supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O próximo passo deve ser a apresentação, ou não, de uma denúncia.

Lula afirmou que, recentemente, teve um encontro com Juscelino no Maranhão e que o que teria de mudar de posição se "o procurador" indiciá-lo.

"Há um pedido de indiciamento da Polícia Federal. Há um pedido de indiciamento que tem que ser aceito pelo Alexandre de Moraes ou pelo procurador-geral da República. Não foi aceito por nenhum ainda. Não discutiu", afirmou Lula.

Questionado se haverá o afastamento em caso de aceitação do indiciamento, Lula respondeu: "Vai ser afastado. Ele sabe disso".

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