Adiada para quarta-feira eleição da Mesa Diretora do Senado

Desta vez, candidaturas avulsas estão sendo lançadas, ameaçando impor partidos com menor número de senadores nos cargos mais altos da Mesa

3 fev 2015 - 19h41
(atualizado às 21h04)
Senadores Eunício Oliveira e Renan Calheiros, presidente do Senado, chegam para reunião com líderes
Senadores Eunício Oliveira e Renan Calheiros, presidente do Senado, chegam para reunião com líderes
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

A eleição da Mesa Diretora do Senado foi adiada mais uma vez. Ela deveria ter acontecido às 10h de hoje, foi adiada para as 16h, e agora novamente adiada para as 16h de amanhã (4). Os líderes partidários não conseguem chegar a um consenso sobre as indicações para cada cargo, e algumas legendas querem lançar candidaturas avulsas para a disputa.

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Historicamente, a escolha dos membros da Mesa sempre seguiu a regra da proporcionalidade. Ou seja: os partidos escolhem os cargos que querem ocupar pela ordem de tamanho das bancadas. Desta vez, no entanto, algumas legendas não aceitam seguir a regra porque, pela norma vigente, partidos como PMDB e PT, que têm as duas maiores bancadas, têm direito a dois cargos na Mesa, enquanto outros, de bancada reduzida, ficam de fora.

“O PT e o PMDB deveriam abrir mão de uma vaga para termos os 12 partidos com representação na Mesa, e eles não querem fazer isso”, justificou o senador Blairo Maggi (PR-MT).

Para o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o impasse se criou depois que a regra da proporcionalidade foi quebrada pela candidatura avulsa do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) para a presidência da Casa, mesmo sem o aval do PMDB, que apoiou a reeleição de Renan. Luiz Henrique foi apoiado por partidos de oposição e alguns colegas pemedebistas. “Houve uma pulverização de candidaturas para todos os cargos, estimulada pela quebra da proporcionalidade”, declarou o presidente.

No entanto, o novo líder do Democratas, senador Ronaldo Caiado (GO), acusa o próprio Renan Calheiros de estimular a quebra de acordo depois de ter enfrentado a candidatura oposicionista de Luiz Henrique. “Infelizmente, o próprio presidente está fomentando um quadro de candidaturas avulsas de outros partidos naqueles cargos que já estão definidos pela proporcionalidade, o que cria um clima conflituoso”, disse.

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As indicações oficiais, seguindo a regra da proporcionalidade, determinam que Jorge Viana (PT-AC) ocupe a primeira vice-presidência, Romero Jucá (PMDB-RR) ocupe a segunda vice-presidência, Paulo Bauer (PSDB-SC) fique com a primeira secretaria, Ângela Portela (PT-RR) ocupe a segunda vice-presidência, Zezé Perrela (PDT-MG) tenha a terceira secretaria e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) a quarta secretaria.

Agência Brasil
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