Advogado de Battisti descarta hipótese de deportação

Igor Tamasauskas disse que esta foi "uma convicção equivocada"

3 mar 2015 - 17h40
(atualizado às 17h47)
Ele viveu na França e fugiu do país quando teve sua extradição autorizada
Ele viveu na França e fugiu do país quando teve sua extradição autorizada
Foto: Wikimedia

O advogado de Cesare Battisti, Igor Tamasauskas, disse, em entrevista à ANSA Brasil, que eles não trabalham com a hipótese de deportação do italiano. "Não trabalho com a hipótese de ele deixar o Brasil, a não ser que queira", declarou.

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O magistrado ainda disse considerar a decisão da juíza Adverci Rates Mendes de Abreu, titular da 20ª Vara do Distrito Federal, "uma convicção equivocada".

A Justiça brasileira determinou recentemente que o ex-ativista italiano deve ser deportado. Segundo a juíza, trata-se do caso de um estrangeiro em situação irregular no Brasil e que, "por ser criminoso condenado por crime doloso", não tem o direito de ficar no país.

Tamasauskas explicou que, para permanecer no Brasil, por ser italiano, Battisti precisava de um visto, que foi requerido, deferido e contra o deferimento foi realizada ação civil, dizendo que a hipótese estava fora do que prevê a lei.

"Ela vinha tramitando e agora tomei conhecimento pela imprensa que a Justiça disse que é ilegal e aproveita a discussão para retomar alguns temas já discutidos", apontou.

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Para o advogado de Battisti, a juíza se "sobrepôs à compreensão do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente".

Sobre a reação de Battisti à decisão, Tamasauskas disse que o italiano "pediu para que adotássemos todas as medidas possíveis para recorrer a decisão".

Consultada pela ANSA Brasil, a advogada Marcela Moreira Lopez, diretora do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), disse acreditar que a decisão será revista. "Eu entendo que embora se trate de dois institutos distintos, o fato é que temos uma decisão de instância superior sobre o tema, e ela [a juíza] está se imiscuindo em uma decisão do presidente e do Supremo", explicou.

Histórico

Membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) nos anos 1970, Battisti foi condenado pela Justiça italiana à revelia por "terrorismo" e envolvimento em quatro assassinatos. Ele viveu na França e fugiu do país quando teve sua extradição autorizada. Foi para o México e, em seguida, ao Brasil, onde foi preso em 2007.

O STF também chegou a autorizar sua extradição, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mantê-lo no país.

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Fonte: ANSA Brasil
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