Advogado de Bolsonaro nega envolvimento em esquema de joias: ‘Mentiras e calúnias’

Frederick Wassef é alvo da PF, suspeito de participar do esquema de desvio e revenda ilegal de presentes de autoridades estrangeiras

13 ago 2023 - 12h32
Frederick Wassef, advogado que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro e o senador Flavio Bolsonaro, no Palácio do Planalto em junho de 2020
Frederick Wassef, advogado que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro e o senador Flavio Bolsonaro, no Palácio do Planalto em junho de 2020
Foto: Reprodução/REUTERS/Adriano Machado/File Photo

O advogado criminalista Frederick Wassef, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nega envolvimento no suposto esquema de desvio e revenda ilegal de presentes valiosos recebidos pelo governo federal por autoridades estrangeiras. Em nota, obtida pela CNN neste domingo, 13, ele diz ser alvo de mentiras e calúnias.

“Estou sofrendo uma campanha de Fake News e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto. Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isto é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação”, afirmou, em trecho da nota.

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Na sexta-feira, 11, Wassef, que faz parte do círculo mais íntimo da família Bolsonaro, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Denominada Lucas 12:2, a ação vasculhou quatro endereços em Brasília, São Paulo e Niterói atrás de provas dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A suspeita da corporação é de que Wassef estaria envolvido nesse suposto esquema.

Confira a nota de Frederick Wassef na íntegra:

“Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho informar que, uma vez mais, estou sofrendo uma campanha de Fake News e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto. Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isto é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação.

A primeira vez que tomei conhecimento da existência das joias foi no início deste ano de 2023 pela imprensa, quando liguei para Jair Bolsonaro e ele me autorizou como seu advogado a dar entrevistas e fazer uma nota à imprensa. Antes disso, jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda.

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A Polícia Federal efetuou busca em minha residência no Morumbi em SP e não encontrou nada de irregular ou ilegal não tendo apreendido nenhum objeto, joias ou dinheiro. Fui exposto em toda televisão com graves mentiras e calúnias.”

O que diz a PF

Segundo as investigações da Polícia Federal, o advogado Frederick Wassef recomprou, nos Estados Unidos, o relógio da marca Rolex recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em viagem oficial. O objeto foi vendido pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, braço-direito do ex-chefe do Executivo, e recuperado para ser entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU).

As movimentações faziam parte, de acordo com a PF, de atos para recuperar os itens que integravam o denominado "Kit Ouro Branco", com o objetivo de "escamotear, das autoridades brasileiras, a evasão e a venda ilícitas dos bens no exterior".

Estima-se que o valor arrecadado com a venda seria de US$ 68.000,00 (correspondente a R$ 346.983,60), segundo um comprovante de depósito identificado nos dados da nuvem de Cid pela PF no mesmo dia que o tenente-coronel esteve na Precision Watches. O valor da recompra seria maior do que o obtido na venda, conforme as investigações.

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Wassef e Bolsonaro

Wassef defendeu o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho mais velho, Flávio, e escondeu o ex-assessor Fabrício Queiroz durante as investigações do caso do esquema de ‘rachadinha’. 

Além disso, Wassef costumava frequentar o Alvorada quando Jair Bolsonaro era presidente. Em novembro de 2022, depois que o ex-presidente foi derrotado nas urnas, o criminalista apoiou os acampamentos feitos por apoiadores do ex-chefe do Executivo perto dos quartéis do Exército em todo o País.

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*Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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