Aécio atribui "discurso golpista" ao governo de Dilma Rousseff

7 jul 2015 - 19h50

O senador Aécio Neves garantiu nesta terça-feira que foi o próprio governo do PT que adotou um "discurso golpista" ao tentar desqualificar qualquer ferramenta constitucional para fiscalizar a presidente Dilma Rousseff.

O tucano afirmou que a estratégia do governo de tachar de "golpista" qualquer um que questione a chefe de Estado procura "inibir a ação das instituições e da imprensa brasileiras no momento em que pesam sobre a presidente da República e sobre seu partido denúncias da maior gravidade".

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"Tudo que contraria o PT, e os interesses do PT, é golpe! Na verdade, o discurso golpista é o do PT, que não reconhece os instrumentos de fiscalização e de representação da sociedade em uma democracia", opinou o senador tucano em um comunicado.

Aécio questionou a estratégia do governo depois que Dilma considerou, em uma entrevista publicada hoje pelo jornal "Folha de S. Paulo", como "golpistas" as tentativas da oposição de abrir um julgamento político para destituí-la por sua suposta responsabilidade no escândalo de corrupção na Petrobras.

Alguns setores da oposição exigem a abertura do processo de impeachment de Dilma não só pelo escândalo da Petrobras, mas também pelas denúncias do Tribunal de Contas da União (TCU) de que o governo maquiou as contas públicas para esconder o déficit fiscal.

"Para o PT, se o TCU identifica ilegalidades e crime de responsabilidade nas manobras fiscais autorizadas pela presidente da República, trata-se de golpe. Para o PT, se o TSE investiga ilegalidades na prestação de contas das campanhas eleitorais da presidente da República, trata-se de golpe. Se a Polícia Federal e o Ministério Público investigam crimes de corrupção praticados por petistas, para o PT trata-se de golpe", disse Aécio na nota.

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De acordo com o presidente do PSDB, o "discurso golpista" do PT tem como objetivo inibir a autonomia e a independência de instituições legítimas que averiguam acusações contra o governo.

Na entrevista que concedeu à "Folha de S. Paulo" e na qual se pronunciou sobre as declarações de líderes da oposição, que afirmam que Dilma não conseguirá terminar seu segundo mandato, a presidente afirmou que não existem motivos para um impeachment e afirmou que não tem medo de "cair".

"Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair", advertiu a chefe de Estado na entrevista.

A presidente descartou estar nervosa ou atemorizada com as ações da oposição, rejeitou os rumores - divulgados nas últimas semanas nas redes sociais - de que estaria pensando em suicídio e lembrou que nem quando foi torturada pela ditadura pensou em se matar.

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O vice-presidente Michel Temer afirmou ontem que um processo de impeachment contra Dilma é "impensável", mas revelou estar "muito preocupado" porque essa ideia está sendo "patrocinada" por vários setores.

Após uma reunião com Temer nesta terça-feira, os líderes dos partidos da base aliada do governo divulgaram um comunicado no qual manifestaram seu apoio à presidente.

Os líderes da base aliada também manifestaram seu "respeito à Constituição e seu total compromisso com a vontade popular expressada nas urnas e com a legalidade democrática" em uma nota na qual deram a entender que a oposição está buscando caminhos não democráticos para reverter a derrota sofrida nas eleições presidenciais.

  
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