O candidato do PSDB às eleições presidenciais, Aécio Neves, equiparou neste sábado o caso de corrupção na Petrobras ao escândalo do mensalão em 2006, durante o governo Lula.
"O Brasil acordou hoje perplexo com as mais graves denúncias de corrupção da nossa história recente", disse Aécio em um vídeo postado no YouTube.
Aécio se referiu assim a uma reportagem publicada hoje pela revista "Veja" que revelou o depoimento à Polícia Federal do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que envolveu dezenas de políticos em uma rede de propina financiada com dinheiro de construtoras associadas à companhia petrolífera.
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da companhia estatal, está em prisão preventiva e citou um ministro, dezenas de senadores, funcionários do alto escalão do PT e de outros três partidos, além do falecido candidato presidencial Eduardo Campos.
Aécio afirmou que esse escândalo seria uma segunda versão do mensalão.
"É o governo do PT patrocinando o assalto às nossas empresas públicas para a manutenção do seu projeto de poder", disse o candidato tucano no vídeo postado na internet sobre o novo escândalo.
Aécio, que atualmente ocupa o terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, cobrou a apuração do caso e a responsabilização dos envolvidos.
"Estamos disputando essas eleições contra um grupo que utiliza o dinheiro sujo da corrupção para manter-se no poder. Por isso, eu acredito que chegou a hora de darmos um basta a isso e tirarmos, de forma definitiva, o PT do poder", acrescentou.
No entanto, o tucano não se referiu em sua mensagem a Marina Silva, candidata que lidera as pesquisas e assumiu a chapa do PSB depois da morte de Campos, citado como um dos políticos que recebiam propina.
Segundo as denúncias de Costa, as empreiteiras contratadas pela Petrobras alimentavam um fundo milionário que servia para pagar propina a dezenas de políticos.
A revista disse que os políticos beneficiados por esses fundos são o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, além de outros cinco legisladores.
Segundo a "Veja", o secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, era o responsável por distribuir a propina da rede de corrupção para os partidos políticos da base aliada do governo.
O jornal "Folha de S. Paulo" informou ontem que Costa delatou pelo menos 49 deputados e 12 senadores, sem citar os nomes dos envolvidos.